segunda-feira, abril 02, 2012

"Capítulo 1" - An incomplete tale (Created and written By Nizi Silveira).

NOTA- Como já dito, a desmotivação rendeu-me um insuportável bloqueio criativo (thanks a lot, bitch).Porém, eis que, vasculhando meu armário à procura de suecas ninfomaníacas, encontrei um velho caderno do segundo colegial, que, após folheado, revelou uma de minhas muitas tentativas ingênuas e frustradas de escrever um livro. Transcrevo este único e solitário capítulo tal como o encontrei, visando não só recordar esta época especial de colégio, como também encher lingüiça. Enjoy it.



CAPÍTULO 1

Fazia um calor insuportável na tarde em que Bonifácio Lara arrumou as malas apressadamente e decidiu partir rumo àquela cidadezinha, que sempre definia de forma depreciativa. Sentava no banco de trás de uma velha e ainda imponente Mercedes Benz, conduzida por um argelino de sotaque bizarro, que usava um quepe atarracado sobre a cabeça, e se limitava a concordar com todo o seu negativismo e seus impropérios, fosse sorrindo, fosse assentindo com a cabeça.
Não era a primeira vez que cruzavam aquele terreno acidentado, moldurado por montes verdes de aroma infeto, que atraíam a atenção e subtraiam vinténs de turistas que acampavam em suas bases, esperando ver discos voadores aterrissarem sobre seus cumes.

Os habitantes mais antigos da pacata Solemar, desiludidos há muito, nunca viam tais visitas com bons olhos; conheciam os pormenores da vida política de Bonifácio Lara de tal forma que, quando avistavam a nuvem de poeira gerada pelo carrão negro, entregavam-se ao sarcasmo e às conjecturas:

-“Lá vem o velho... Aposto que fez cagada...”

Outros, mais ociosos, interpretavam a nuvem de poeira; quanto maior esta fosse, maior era pressa com que se dirigia, e, quanto maior a pressa, maior era o problema do qual fugia.

Quando o carro alcançou a cidadezinha após longas três horas em marcha lenta, sedutora e prepotente, como se em comício, alguns velhos maltrapilhos de boteco pousaram seus copos cheios de caninha em cima das mesas de madeira carcomida e acenaram ao veículo, quase em sincronia. Um deles, já totalmente ébrio, ajoelhou-se e cruzou o peito, pensando que se tratava do Papa.

Que Bonifácio Lara não era, nem nunca foi flor de se cheirar, não era só fato conhecido, como era fato divulgado, sob termos sutis, em inúmeros impressos, cujo alcance, ainda que vasto, encolhia drasticamente se comparado ao alcance da boca do povo. Cair na boca do povo era cair num poço infindável de especulações, maldade, inveja, e, porque não, de verdades - um processo do qual poucos homens públicos se livravam. Já cair na laboriosa teia tecida por jornalistas, era coisa que podia ser facilmente revertida com a oferenda de jantares em restaurantes sofisticados da capital, convites para festas suntuosas, presentes caros, e, em situações extremas, malotes de dinheiro - estes, sempre recebidos com soslaios de felicidade ou, em casos raros, de constrangimento.

Pára o carro na frente do único hotel da cidade; um hotel “sem estrelas”, já que tais classificações estavam além do conhecimento daquele povo rústico, que sempre olhava para as novidades com desconfiança, e, que apesar de todo o sofrimento que lhes era imposto, de todas as privações possíveis e imaginárias, ainda assim possuía um estranho, inexplicável e inexprimível sentimento de orgulho, que nunca haveria de ser compreendido por nenhum homem poderoso, exceto, talvez, por aquele que de lá de cima, lá do infinito, os observa, rege, ajuda e julga.

Bonifácio abriu a porta e, logo ao colocar os pés sobre o solo, sentiu-o mais pastoso que o habitual. Ao olhar para baixo, percebeu que atolara o pé direito em bosta de cavalo. Makula viu a cena, tirou o quepe ridículo da cabeça e usou-o para tapar o sorriso, ainda que um bom trecho de risada lhe tivesse escapado. Mais cômico ainda, foi ver Bonifácio Lara tentando manter a compostura para não atrair ainda mais a atenção dos poucos hóspedes e mascates parados na entrada. Apesar de tais esforços, um de seus velhos desafetos observou-o removendo o excremento dos sulcos do sapato supostamente italiano com auxílio de um graveto em forma de Y, com suor escorrendo-lhe pelas têmporas, e rompeu-se em gargalhadas, também esgotando seu repertório de pilhérias.

Makula, ainda se empenhando para não novamente rir do ridículo pelo qual passava seu austero patrão, finalmente rendeu-se, quando este, esbaforido, atacou o sapato sujo no mato, praguejando logo em seguida, à plenos pulmões. Deixou o quepe cair no chão, e riu como há muito não fazia. Concluiu monologando em um tom quase inaudível:

-“Sem dúvida esta é uma cidadezinha de merda...”.

Foi desta forma desastrosa que se deu mais uma chegada de Bonifácio Lara na bucólica Solemar - sem pompa, carregado pelas circunstâncias. Muito diferente de quando ele apareceu por lá pela primeira vez, há mais de vinte anos, cercado por uma multidão eufórica, que chegava a ficar com os braços doloridos de tanto acenar, observando o colorido dos fogos de artifício tingindo o céu noturno, e prestigiando uma depauperada bandinha, que, apesar de desafinada, tinha nobres intenções, ao contrário de seu homenageado.

Desta vez, ele não vinha com falsas promessas ou projetos ambiciosos, destes que raramente abandonam o campo da utopia, tendo como única função ludibriar e caçar votos dos ingênuos e incautos. Resignara-se; vinha com o rabo entre as pernas, escapando da tirania do novo governo que se instaurara no País - um governo que roubava tanto vinténs, quanto vidas. Um governo que, tal como um meteoro, extinguia indesejáveis seres paleozóicos como Bonifácio Lara, de forma tão impiedosa, quanto eficaz.

Vê-lo atravessar de forma trôpega o modesto saguão de entrada daquele hotel, com um pé calçado e outro não, exalando suor, bosta, e lacrimejando de vergonha e ódio, era, direta e indiretamente um reflexo da presente situação do País. Sim, era todo suor, lágrimas, vergonha, ódio e bosta.

Sua aventura era louca, bem sabia; sabia também que aventuras loucas requerem aventureiros sãos, e que sanidade nunca esteve entre suas poucas virtudes. Tinha medo, ainda que o dissimulasse através de suas tradicionais crises de cólera, devidamente intercaladas por gestos espalhafatosos. Era uma rocha; uma rocha que estava prestes a ruir frente à uma correnteza fortíssima, destas que gradativamente devastam, para em seguida, misericordiosamente, recolher e carregar os destroços rumo à escuridão do obsoleto, nas raias do nunca mais.



Status – Kinda tired, e com falta de ar. Ausente do blog por uns tempos. Após 4 longos anos, finalmente tirei a "Blondie" da cabeça; imatura, vazia, "rodada" e só anda com os Róberty Raimundiçom du bômdi da cedussãm (100% cara de faxineiro), igualando-se portanto, às putinhas de periferia. Decepcionante. Ah: e nojento também. Seria a mãe dela interna da AACD?
Lendo – “Stalin” (Jean Jacques-Marie). Almost there...
Recomendado – Funny stuff (double edition):

http://www.youtube.com/watch?v=BoXl00-h3aw

Recordar é viver: O vídeo abaixo foi gravado no quintal de minha casa, 6 anos atrás. Minha querida cadelinha Cindy (all rights reserved) mais libertina e despudorada do que nunca... Destaque para a extrema perícia do cinegrafista (my good friend Arthur), para a cara de satisfação de meu querido Otas, o coadjuvante, e para a risada sensual deste que vos escreve, pois todos estes fatores culminaram num dos melhores snuff films de todos os tempos:

http://www.youtube.com/watch?v=VJ3dgFxdM1Q

Recomendado – Ao invés de mais um episódio de “Alienígenas do Passado”, (ainda não terminei de assistir a terceira temporada, mas a recomendo desde já), fique com mais um incrível episódjo da não-menos-sensacional série “Arquivos extraterrestres” (ou “Ufo files”), repleto de relatos incontestáveis (primeira parte,dublado):

http://www.youtube.com/watch?v=5a4LKNT5rew

Recomendado – A tribute:

http://www.youtube.com/watch?v=5dloy2iu2dY

Escutando: It’s mix time, bitches!


Diretamente de “Live from the Sun”(2000), um de meus discos ao vivo favoritos. Reb Beach (atualmente no Whitesnake, felizmente) na guitarra:

http://www.youtube.com/watch?v=a7m1x5XAKYk

Devo ter postado esta versão anos atrás. Bateu saudade do bom e velho Tio Ted, portanto, one of my favorite Texan classics; again:

http://www.youtube.com/watch?v=vHDA5nHlDrQ&ob=av2n

Dando continuidade à minha contagem regressiva para o show, uma baladinha lado-B. Great fan-clip:

http://www.youtube.com/watch?v=EteXtFAaqro&feature=related

...e, concluindo, uma farofada 80’s. Mais glam (e bicha) que isso, impossível. Cool song, though:

http://www.youtube.com/watch?v=k4ogPKAWxlo&feature=fvwrel


PS- Sonhando com fortuna instantânea? Faça o seguinte: venda balas de borracha ao governo da Síria. Aparentemente, eles não conhecem.
PS- “Bad, bad server: no suecas ninfomaníacas for you”.
PS- O KISS fez um show gratuito para os fãs em Nova Orleans na última sexta à noite, 30 de março de 2012, durante o campeonato de basquete “NCAA Final Four”.

A apresentação contou com 13 faixas ao todo, e foi disponibilizada na íntegra no youtube. Segue o link:
http://www.youtube.com/watch?v=UWQUV_EwiQI&feature=player_embedded#!

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

sensacional...like you

7:56 PM  

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