segunda-feira, janeiro 11, 2016

Porcarilsom – A nonsense post (Created and written By Nizi Silveira).

- Começo 2016 com um post nonsense (cumprindo com mais uma exigência do leitor Anônimo).

Porcarilsom, em sua participação na atração MasterChef, produziu um prato tão indigesto, mas tão absurdamente indigesto, que apenas eliminá-lo do programa não foi suficiente. Porcarilsom foi eliminado, demitido (e por Roberto Justus, em uma inusitada participação de caráter emergencial), torturado por narcoguerrilheiros (que estavam ociosos numa sala contígua, folheando revistas de fofoca, desinteressadamente), banido de 72 nações, proibido de comunicar-se em qualquer idioma latino-americano por doze meses, apelidado de “Estuprador de estômagos” pelos tablóides nacionais (e “Food abuser”, pelos internacionais) e excomungado pelo Vaticano.

 Na vã tentativa de eximir-se da culpa, Porcarilsom só atraiu maiores conturbações para si. Ao declarar (em meio às vaias e tentativas de assassinato mediante apedrejamento) que estava apenas seguindo uma antiga receita de família, sua casa foi saqueada e incendiada por seus conterrâneos e, posteriormente, bombardeada por caças da FAB, numa das maiores operações militares da história da aviação brasileira (sim: a famigerada Operação Azia). Nem sequer seus antepassados escaparam das ferozes invectivas; os restos mortais de seus avós foram triturados e comercializados como ração de codorna. Os avicultores que adquiriram o produto, ao constatarem um aumento exponencial no índice de mortalidade de suas aves, passaram a odiar Porcarilsom ainda mais. Em muitos destes avicultores, o ódio era tão extremo, que só arrefecia através do suicídio, o que aumentou exponencialmente o índice de mortalidade de avicultores e afetou toda uma cadeia de produção.

Fascinado com a animosidade coletiva e o clima de pós-guerra que o prato de Porcarilsom gerou na sociedade, por meses tentei entrevistá-lo. Quando finalmente meu reiterado pedido foi aceito, passei inexplicavelmente a desprezar-me. Numa sala pouco iluminada, trajando uma surrada camiseta do grupo de reggae Pede-Rasta e uma cueca de berrante coloração lima-duarte-limão, dando goles intermitentes na sopa de caneca sabor ervas finas, Porcarilsom demonstrava a serenidade de um livro de Tom Clancy; a solicitude de um separatista ucraniano tetraplégico. Assobiava o clássico “assobio em Fá sustenido”, do compositor e flanelinha sueco Kristöl Blërësträffën, um grande entusiasta de trëmäs, cöcädä baiana, e carros de capô oblongo.
Porcarilsom mostrou-se interessado por meu curso de produção de underlines para diabéticos (*Uma demonstração: _______________________________), e, sem titubear, confessou ter utilizado rúcula em seu manjar ignominioso.
Foi o bastante. Saí da sala sentindo-me ultrajado com tal revelação verde, amarga e bombástica. Pensei: “Rúcula? Isso é o fim do mundo!” - pensamento que foi duramente contestado por incontáveis escolásticos e exegetas que me acusaram de sensacionalismo, enquanto afirmavam veementemente que rúcula simboliza apenas o fim dos tempos – “nothing to worry about”.

Dias depois era praticamente impossível encontrar um único tablóide que não enfatizasse a revelação de Porcarilsom. Plantações de rúcula foram destruídas e substituídas por inofensivas plantações de papoula. A perseguição à Porcarilsom intensificou-se. Escondeu-se numa cabana erigida com placas de isopor, que era frequentemente vandalizada com os sopros dos transeuntes, o que lhe rendia diariamente prejuízos financeiros orçados em R$ 0.80.

Contudo, num belo dia frio e ensolarado, um anjo bateu à porta de Porcarilsom, destruindo-a por completo. Era um executivo ianque da indústria fonográfica, que lhe prometeu o estrelato imediato, cafuné, carga para o Bilhete Único e uma cozinha Bartira. Colocou suas mãos sobre os ombros esquálidos de Porcarilsom e, com um olhar terno e paternal, disse-lhe:
-“I know you can’t understand me. Well, this is Brazil; people here are really fucked-up and stupid. But don’t worry about it. You gonna be a star. I gonna make millions out of your ugly ass, kid” 

Porcarilsom assentiu, mesmo sem entender uma única palavra.  

Após um extenuante treinamento de cinco minutos, Porcarilsom tornou-se um mestre das rimas. Rimava “paixão” com “coração”, “sedução”, “ilusão”, “emoção” e “sensação” com uma perícia apenas vista em crianças de seis anos. Seu primeiro CD tornou-se o xodó das rádios brasileiras – e das universitárias. Uma delas justificou-se: “Curso o último ano de astrofísica. O movimento dos astros, os neutrinos, o bóson de Higgs, nada disso se compara com a arte de Porcarilsom. Rimar “paixão” com “sedução”, “ilusão”, “emoção”... Olha, se existissem forças regendo o cosmos, elas viriam todas de Porcarilsom!”.
Com o lançamento do segundo CD, a vida pregressa de Porcarilsom parecia totalmente esquecida do grande público. O crítico musical Nelson Motta fez questão de retirar o pênis de Tim Maia da boca para elogiá-lo, durante uma premiação de música brasileira. Eu, que estava entre os convidados naquela noite, transcrevo abaixo algumas de suas palavras:

-“Queridos amigos, esqueçam as sublimes demonstrações de talento com as quais nos deparamos com demasiada frequência neste País. Esqueçam-se da genialidade requerida para correr atrás de uma bola e chutá-la, ou para batucar bêbado e pelado na avenida. Esqueçam-se da genialidade de nossos cientistas que, contando com apenas alguns milhões de patrocínio, recentemente transformaram uma garrafa Pet num porta-lápis. Esqueçam-se do talento de nossos publicitários em convencer-nos de que é impossível viver sem futebol e carnaval. Esqueçam-se da imensa criatividade de nossos dramaturgos que nos brindam com tramas, onde sempre, ou quase sempre, um empresário ambicioso ou um coronel nervosinho desune um casal de namorados, mas, no final, acaba morto ou preso, enquanto o casal termina no altar. Esqueçam-se de tudo que já ouviram na música brasileira, esta música riquíssima que jamais sequer cruzou a fronteira, pois  sempre se limitou a imitar artistas internacionais de gêneros variados. No panteão de nossos deuses tupiniquins criados e mantidos pela propaganda, reina absoluto Porcarilsom. Ele, que com seu sorriso fácil, suas rimas previsíveis e um orçamento publicitário estratosférico ao dispor, nos fez perceber que (*começa a cantar): A  paixão é a emoção do coração que transforma a ilusão numa linda sensação”.
Aplausos e assovios ensurdecedores. Universitárias brasileiras retirando suas calcinhas ensopadas de desejo e gritando o nome de Porcarilsom. Não muito longe de mim, o empresário dele, mordendo o lábio inferior em vã tentativa de reprimir o riso de deboche, olha para seus assessores, lança-lhes uma piscadela de cumplicidade, e diz-lhes:

-“See? Just as I said: really fucked-up and stupid”.

Status – Bored’n tired. I need a better job. Away 4 a while. Die at 30 would be great.
Lendo - “Barulho Infernal – a história definitiva do heavy metal” (Jon Wiederhorn & Katherine Turman). A must-have for eternal headbangers.
Lendo “Mussolini” (Chistopher Hibbert).
Recomendado – O clássico literário “O vermelho e o negro” (Henri Beyle).
Recomendado – A autobiografia de Paul Stanley (para mim, o maior frontman da história do rock), intitulada “Paul Stanley – uma vida sem máscaras”.
Escutando- The first musical mix of 2016, ladies and scumbags! E o melhor: totalmente isento de porcarias de teceiro-mundo! (*lembrando que a repercussão da música brasileira no mundo só é equiparável à repercussão da música boliviana, peruana, paraguaia e etc no Brasil... Viva a cultura latino-americana e todo o progresso que ela proporciona aos seus países de origem... Uau):

Novo clipe/single. Espetacular:
https://www.youtube.com/watch?v=MLRjJQCqCeo

Novo clipe/single
https://www.youtube.com/watch?v=3S03jsNAiXY

Um de meus maiores ídolos (desde a adolescência), o lendário, inconfundível e incomparável Lemmy Kilmister, pai do trash metal, morreu de câncer, dias atrás, aos 70 anos de idade. Segue, portanto, uma faixa de um de meus CDs favoritos (lançado em 2002, e ganhador do Grammy – conquista inimaginável para uma banda de trash-metal):
https://www.youtube.com/watch?v=RgZr7DQPbL0

Sequer sabia da existência deste videoclipe (falta imperdoável, sobretudo para quem é fã destes caras desde os 12 anos de idade). Já que Paul Stanley foi mencionado...
https://www.youtube.com/watch?v=aZTcnFDHtzc

...e concluo com uma baladinha bem manjada:
https://www.youtube.com/watch?v=G4nI2V07X6k

PS – Uma campanha (By N.S): Piranha que é piranha não tem este papo de “homem precisa ter conteúdo”. Então, não vá decepcionar os seus pais, ok? (afinal, eles, definitivamente, não estão criando uma palhaça, uma imbecil. Certo?).
PSFato: Se os dirigentes dos principais times de futebol do Brasil anunciarem que o céu é cor de laranja, os brasileiros começarão a odiar seus próprios olhos por insistirem em ver o contrário.

PS – Pouca grana? Pouca escolaridade? Hospitais públicos caindo aos pedaços? Emprego em risco? Isso só pode significar uma coisa: é hora de fazer um filho (afinal, pra quê poupar um ser humano de todas estas desgraças?). Acabo de transcrever a mentalidade de, pelo menos, 100 milhões de brasileiros (By N.S).

2 Comments:

Anonymous Luke said...

HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA just soiled myself. Miss ya, man

11:25 AM  
Anonymous Katy said...

Hahahahahahahaha.....Exijo mais um post nonsense!!!

12:09 PM  

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