quarta-feira, maio 02, 2012

CGC: Curto & grosso. E crível (Created and written By Nizi Silveira).

- “O principal problema do Brasil”: eis mais um tema sugerido pelo inconveniente, incógnito (e inestimável) leitor Anônimo, cuja silhueta estampa a capa da edição de maio da conceituada “Unknown People magazine”. Tema aceito with no regrets por Nizi Silveira (so be flatter, kid/man/woman/animal/object), que o abordará nas linhas imaginárias porvir. It goes like this, kid/man/woman/animal/object...



Juquinha sonha com um sapato novo. Paulinha insiste que seu vestido é o mais bonito. Jorginho caçoa ambos por não possuírem uma lancheira importada...

No meio do alvoroço, estou eu, com 26 anos, e, ainda que desmotivado, ansioso por fazê-los fechar a boca. E esta sala de terceira série, minúscula e insignificante se comparada com as demais, produz um barulho infernal, com seu ininterrupto e exasperado conflito de egos perpetrado por indivíduos homogeneamente débeis e mundanos que impossibilitam o desenvolvimento da aula. Lê-se “Brasil” na porta desta sala.

Atento contra a sagrada coesão textual, dizendo que no Brasil tudo é profundamente superficial. Tudo tem aquele gostinho de amostra-grátis: se boa, não tão boa quanto disseram que era, e, ainda por cima, de duração inferior ao desejado.

Aqui, a democracia atua como uma pistola d’água, que, embora sendo capaz de atingir a qualquer um, não lega nada melhor que piadas sem-graça. Elegem indivíduos que sequer lograriam êxito em encontrar um balcão para encostar a barriga das 8 às 18, e protestam contra os inúmeros abusos por eles cometidos, e contra a própria burrice ao elegê-los, concedendo, democraticamente, relevantes cargos públicos a palhaços analfabetos, perenizando assim a própria pusilanimidade.

Então, inebriar-me com o ignóbil senso-comum, e preencher minhas preciosas linhas invisíveis com crises de cólera voltadas à violência urbana que vitimou Juquinha, à falta de infra-estrutura do bairro de Paulinha, ou à legislação deficiente, e, por diversas vezes, incoerente, que não permite ao irmão de Jorginho fumar seu cigarro dentro da boate, é altamente reprovável e dispensável. Estas são meras conseqüências oriundas do maior de nossos problemas: Juquinha, Paulinha e Jorginho – o povo.

Se o País não carece de problemas superados há décadas ou mesmo séculos em países desenvolvidos, é porque possui uma nação que faz do descaso e do desinteresse uma constante que perdura por décadas; séculos. Temos, então, uma alie-Nação de escassa cultura e conhecimento, que, consequentemente, pouco questiona ou contesta.

Pegue um autêntico Jão-povão, destes que vemos aos milhares nos centros das grandes capitais, coloque-o numa máquina do tempo rumo à aurora da civilização, e ele se adaptará em tempo recorde. O so-called “povão”, alicerce de nossa sociedade, exige uma ordem e um progresso cuja concepção lhe é incerta, o que automaticamente lhe destitui do direito de exigir. Servis de corpo e mente.

Uma Classe C que põe filhos no mundo à revelia com a mesma freqüência com a qual se embriaga, berra e espanca seus pandeiros de lata. É meramente masturbada pela pseudo-cultura que tão avidamente prestigia, já que esta nunca lhe proporcionou nada de significativo. Recolhe vorazmente as migalhas que lhes são atiradas pelo governo bolchevo em exercício. O que os difere das formigas operárias, é que estas param quando pisadas.

Uma classe-média desiludida e inerte, que reclama apenas visando novo motivo para se resignar. Profissionais pernósticos; o parco conhecimento que possuem resume-se ao que obtiveram num curso universitário/profissionalizante de qualidade questionável – o que, diga-se de passagem, não os impede de possuir um ego estratosférico. Não são poucos, inclusive, os que estufam o peito para falar de globalização, sem nem sequer dominar outro idioma...

A novela da mamãe, o futiba do papai, e filhos, que embora não tenham sido gerados de forma impensada, foram criados de forma insensata. Eis a classe-média.

Uma classe A de mentalidade provinciana, demasiadamente medíocre e mundana para valer-se da maciça influência que incute e ao menos tentar difundir bons-exemplos. Sempre de malas prontas e com passaporte em dia, diz acreditar no Brasil, pois de longe é mais fácil.

Proporcionalmente patética, é a tal classe artística brasileira, onde, como demonstrado num dos esquetes do humorístico “Pânico na Band”, nos deparamos com sujeitos que faturam polpudas somas monetárias, inversamente proporcionais ao ínfimo de talento que possuem (bem como à ínfima qualidade das atrações as quais protagonizam), capazes de empalider de incompreensão perante um simples e tradicional “How you doing?” Tribbiânico.




E, tão superficial quanto tudo o que já foi descrito, é a maneira com a qual o País é divulgado.

No abraço à Hilary Clinton, vemos as mãos que aplaudem Hugo Chávez. No carnaval, vemos a dissimulação dos inúmeros problemas da Classe C, estúpida demais para constatar a manobra. Ah, e claro, como não mencionar a Copa do Mundo de 2014, esta que, devido à avantajada proporção e repercussão, dissimulará todos os problemas de uma só vez? Já se sugere para que o povo abrigue turistas em suas casas, dada a escassez de quartos de hotel. Tudo isso na vã esperança de que estes turistas rendam rios de dinheiro, comprando picolés, latas de cerveja, camisetas, bonés e pulseirinhas de miçanga, já que, em matéria de consumo, tenho certeza de que a estada de um gringo no Brasil não difere muito da estada de um paulista na Praia Grande.

Ou seja: quanto maior a ânsia por parecer “cool” aos olhos do mundo, mais primitivo e selvagem o brasileiro se torna. E, em 2014, verei todos os tipos aqui descritos, apinhados nos centros das grandes capitais ou nos portões dos estádios, prestigiando seus costumeiros joguinhos de bola através de gigantescos telões, sem nem ao menos se dar conta de que a festa é de quem vier, não sua, nossa, ou de quem quiser...

Classe dispensada.




Status – Ah, viva o frio! Que seja eterno, pois! Tentando encher lingüiça no trabalhinho da facool. Ausente do blog por uns tempos.

Lendo – “O enigma dos discos voadores” (Curtis Masil).

Recomendado – “Admirável mundo novo” (Aldous Huxley). Um clássico que oferece uma genial antevisão do futuro. Indubitavelmente, um dos melhores livros que já li na vida - e, que não consegui parar de ler. Indispensável. Talvez faça um review em breve.

Recomendado - It's wrestlemania, fuckers!

http://www.youtube.com/watch?v=JDwWxqqvAoc

Recomendado - funny stuff. Um de meus maiores ídolos (legendado):

http://www.youtube.com/watch?v=pwxZ0-7dZto

Recomendado – Mais um episódio imperdível de “Alienígenas do passado” (parte 1/3, dublado):

http://www.youtube.com/watch?v=PjNvaD5suuQ

Escutando – Oh, let’s mix, shall we?


Excelente (e manjadíssima) faixa-título de 2000, inspirada no excelente livro recomendado neste:

http://www.youtube.com/watch?v=xgaL1MB8EjM

Mais uma faixa do insuperável “Stalingrad”:

http://www.youtube.com/watch?v=YGuuQnEzACM

O AC/DC do século XXI:

http://www.youtube.com/watch?v=6fV_DbO5gSo&feature=related

...e, concluindo, uma baladinha. Em seis anos de blog, nunca postei nada deles aqui (nunca fui grande fã). Porém, como estão Luís Carlos Prestes a se aposentar...

http://www.youtube.com/watch?v=T5jOHux-O6g&feature=fvst





PS – Enquanto eu, o eterno gente-boa, permito que qualquer um chupe minhas bolas gratuitamente (basta pedir), a Parmalat cobra quase R$5.00 por cada bola sua – e nem oferece um cara legal de brinde.

PS – Peidos são tossidas da bunda – Extraído de “X-catological Philosophies”, by Nizi Silveira. Editora W.C

PS – Chegou “Translúcida”, empresa especializada em fazer pessoas coerentes “viajarem” um pouco. O slogan: “Translúcida - can’t you see it?

PS - Aqueles que se expressam aos berros raramente têm razão. E não me venha com essa de “Olha a laranja, olha a laranja”, ok? Fuck it. (By N.S).

PS – You know why you hate me? ‘Cause I can make you shut up like anyone else. Plus, I have a dick, balls – and a point (By N.S).

PS – Por favor: não confundam sorte com talento. Não confundam dinheiro com mérito.





3 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Great post, man. Ah, não consegui entrar no e-mail, mas o Jorge encontrou um redator para ajudar. Tem muitas coisa e prazo é curto pra kct...pqp

8:32 PM  
Anonymous Anônimo said...

Minha sugestão converteu-se num post sensacional. Parabéns.

Agora, um desafio criar umafrase que exemplifique a humanidade do século XXI.

abraço.

7:08 PM  
Anonymous Anônimo said...

Eu peço uma nota sobre seu blog.
Bjins

6:40 PM  

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