quinta-feira, novembro 16, 2017

“O velho Tarit” – a nonsense post (Created and written By Nizi Silveira).

-O fiel leitor Anônimo pede-me, encarecidamente, um post nonsense. Eat it:


O velho Tarit escolhera um lugar tão íngreme e longínquo para dar o derradeiro suspiro, que muitos dos que foram render-lhe as últimas homenagens morreram de exaustão no meio do caminho. Abutres devoravam os cadáveres já putrefatos dos peregrinos na base da montanha, e nada do velho morrer. Tarit, turco, faquir de buffet infantil, que fez fortuna esmaltando refrãos do grupo Terra Samba em delicadas louças que grande sucesso faziam entre as castas abastadas de Istambul, era também portador de mensagens místicas que, de acordo com o próprio lhes “foram transmitidas pelo espírito do mago Haztor, que hoje existe numa dimensão paralela, junto com o Miojo de camarão, as atrações humorísticas de Jorge Fernando, a Fanta melão e a Mesbla”.

Por via mediúnica, o mago Haztor dotou Tarit de um nível de conhecimento que de há muito ultrapassara as raias dos mais estupefacientes “puta que o pariu”; dos mais ensurdecedores “puta merda” exclamativos já proferidos pelo gênero humano, desde os tempos de Atra-Hasis e Atahualpa. O psicólogo transexual Walter Vanessa Camacho Renata, da PUC-Campinas, que por anos trabalhou como lenhador e copeira nas muitas propriedades de Tarit, ainda se emociona de forma viril e efeminada ao recordar-se momentaneamente das palavras e/ou frases do amigo e/ou companheiro e/ou mestre - muitas delas (ou talvez nem tantas assim) estarão reunidas no livro “Tarit: fofo & faquir”, a ser lançado num mês que certamente antecederá dezembro.  

A incapacidade de discorrer em sueco arcaico sobre o legado filosófico de Cálicles, Chairephon, Gorgias ou sobre a Teogonia de Hesíodo, o Enuma Elish e o Kebra Negast em eritreu gaguejado e sussurrante (faltas intelectuais imperdoáveis), sem mencionar a confessa dificuldade em soletrar a palavra “conspurcar”, não impediram Tarit de acumular glórias acadêmicas e sapatos de carmesim, paramentados com laços de cetim super-fashion. Sendo o criador do “charlatanismo hiperbólico paradoxal” (método que consiste em fingir-se de charlatão – algo paradoxal por si só- para subtrair víveres dos incautos), conheceu personalidades de inconteste envergadura. Frequentava baladas com Jack London, Hermann Hesse, Wilde, Borges, Ortega y Gasset, Christopher Morley, William Golding, George Orwell, Konrad Adenauer, Hawthorne, Melville, Paul Valery e Hemingway; bolinava Jane Austen em motéis baratos de Carapicuíba, e iniciava prolixas conversas sobre o atomismo de Heisenberg com o elenco da novela “Uga-uga” frente à Associação dos Amigos da Vila Ipojuca, entre um gole e outro de Lipton Ice Tea sabor pêssego.     

Angariou o título de “Personalidade mais polêmica do ano”, superando a atriz Eva Tudor com adiposa vantagem, ao ser flagrado esfregando os testículos num busto pétreo de Apolônio de Rodes, sobre uma pira funerária hitita, nas cercanias de Chávin de Huántar. Filhadaputamente bêbado na ocasião, usava o Manuscrito Voynich como ceroula e dizia ser um espião visigodo à serviço da fábrica de biscoitos Nabisco. De nada adiantou os dirigentes da fábrica de biscoitos corroborarem sua história frente às autoridades.    

Sob cárcere em Osasco, foi humilhado pelos demais detentos. Seu colega de cela, Gilço, um ex-servente de pedreiro alagoano de buço saliente, condenado pelo espancamento de uma idosa com uma caixa de Chickenitos em pleno Jumbo Eletro da Rua Quintino Bocaiúva, e que há pouco ainda fazia “bicos” como exegeta em duas universidades de Dusseldorf, recusou-se veementemente a cumprir pena ao lado de alguém que dava claros indícios de nunca ter lido “A luta pelo direito”, de Rudolf Von Ihering. Aliás, o fato de Tarit, nosso herói, desconhecer completamente as obras de Ihering, Thomas Paine, Demóstenes, Olavão, Huberto Rohden, e principalmente as de Henry David Toreau, sempre lhe conturbou a vida deveras, sobretudo durante suas longas estadas no Brasil – o que justifica o flashback abaixo.          
Na juventude, apaixonou-se por Lindalva, uma lavadeira piauiense. O pai da moça, um roceiro “cabra-macho” chamado Erisvalçom que, com emplastos canforados colados na tez, não via o namorico com bons olhos. Sabia que sua amada filha não estava inoculada contra o veneno das línguas alheias - e não tardou para que tal veneno fosse destilado. E do outro também.
No coreto da cidadezinha, lavadeiras, roceiros e posseiros encontravam-se nos fins de tarde para caçoar de Lindalva:

-“Lá vai a filha do Erisvalçom atrás daquele turco! Me disseram que a única sinfonia de Liszt que ele conhece é a Hungarian Rhapsody!”

-“Eta nóis! Lá vai a Lindalva! Aposto que vai ficar de libertinagem com aquele turco que acha o Victor Hugo melhor que o Marcel Proust...! Ah, se fosse filha minha,  matava de pancada...”.
   
Mais sufocante que a seca, só o pedantismo do sertão piauiense. Ameaçado de morte pelo patriarca de sua amada, fugiu do sertão de patinete, na calada da noite. Anos mais tarde, soube que Lindalva casou-se com um próspero empresário, versado na fabricação de objetos randômicos (quase sempre feitos em prata coloidal) para distribuição arbitrária em escala global. O casal mora em Ohio e, graças à Black and Decker, passa bem.

Aos cinqüenta anos, Tarit sentiu o súbito debilitar da saúde, quando se viu regurgitando alimentos que jamais ingerira ou ingeriria, já que era alérgico a eles. Breve, tornou-se assinante da revista “Males”, ignorando que “males” é a palavra anglo-saxônica para “machos”. Caiu de imediato nas graças da comunidade LGBT.

Agora, no fim da vida, recluso, endividado e senil (“mais ou menos péssimo”, de acordo com os médicos), cercado por travestis hirsutos de língua presa, incapaz de perceber a semelhança física entre o ator Joe Pesci e o cantor Solimões, mascando tabaco panamenho de forma quase “badass”, Tarit, inconformado por protagonizar um post nonsense, sufocava com o odor pútrido dos cadáveres dos peregrinos que haviam vindo visitá-lo. Ou talvez tudo isso seja apenas mais uma demonstração prática de seu charlatanismo hiperbólico paradoxal, como sugeriu recentemente certo historiador catalão, enquanto deglutia pequenos cubos de queijo emental ao volante de uma Kombi em chamas...

Status – Unmotivated, tired ‘n studying. In need of $. Away for some ages.
RecomendadoO livro “A escada para o céu” (Zecharia Sitchin). Segunda parte da fascinante saga literária “Crônicas da Terra”.
Recomendado – O livro “O livro perdido de Enki” (Zecharia Sitchin). Terceira parte da fascinante saga literária “Crônicas da Terra”.
Recomendado – O livro “A história está errada” (Erich Von Daniken).      
Recomendado – O livro “A odisséia dos deuses” (Erich Von Daniken).
Recomendado – O livro “O chamado de Cthulhu e outros contos” (H.P Lovecraft). For me, cooler and better writer than Poe.
Recomendado – O livro “O imbecil coletivo – Atualidades inculturais brasileiras” (Olavo de Carvalho, para este, o maior brasileiro de todos os tempos). Obra que conclui a trilogia homônima (e indispensável).
Escutando – Yup; time 4 another heavy mix:

New clip:

https://www.youtube.com/watch?v=XY-4gZ-igCk

New clip/single:

https://www.youtube.com/watch?v=zZ9FciUx6gs

Huge fan of these guys, since 2002. One of my favorite classics:

https://www.youtube.com/watch?v=DZUN6-JwwMA

A Motley anthem (live, from “Carnival of sins” DVD):

https://www.youtube.com/watch?v=wXy7Sl_T5mU

…and one amazing ballad from the immortal king of blues (and, in my humble opinion, the greatest black artist of all time):


https://www.youtube.com/watch?v=4fk2prKnYnI

2 Comments:

Anonymous Anônimo said...

HAHAHAHAHAHAHAHAHAHA

12:30 PM  
Anonymous Anônimo said...

Mimijay.

11:55 AM  

Postar um comentário

<< Home