CGC: Curto & Grosso. E crível (Created and written By Nizi Silveira).
“O fim do mundo” – tema sugerido pelo leitor Anônimo, dias atrás. Segue um post especial.
“Fim do mundo” é algo que suscita as mais diversas imagens catastróficas no imaginário popular (asteróides, erupções vulcânicas, terremotos, tsunamis, invasões alienígenas, Godzilla e King Kong dançando La Cumparsita sobre as principais cidades do mundo, etc). A meu ver, o fim do mundo seria igualmente o fim de um processo gradual, ininterrupto, que teve como força-motriz a inversão de valores, o atentado violento à moralidade pública.
Que o leitor tente imaginar o que seria do planeta se todas as nações (todas, sem exceção) fossem réplicas fiéis da nação brasileira... Godzilla olharia para baixo e pensaria “Nossa, eles destroem tudo tão depressa, mesmo sendo tão pequenos! Quantos rios poluídos! Quantas crianças condenadas à miséria graças a seus pais insensatos! Quantas duplas sertanejas ridículas! Quantos dramas da vida real nos programas televisivos dominicais! Quantas adolescentes grávidas de Cleidiçoms e Uélertôuns! E cinqüenta mil assassinatos por ano em cada novo lugar que chego! Quer saber? Meu talento para a destruição jamais será tão versátil... Vou me aposentar”.
Agora, para que se tenha uma acurada noção desta força propulsora que sutilmente nos arrasta para o abismo, um sutil exemplo.
Dias atrás, um ímpeto masoquista me fez assistir ao programa “Roberto Justus Mais”, na Rede Record. O Waffen-SS Roberto Justus recebia uma tal Lolla Benvenutti, o mais novo xodó da mídia televisiva brasileira. Lolla é uma jovem garota de programa, bonitinha, delicada, dona de ótima retórica (e, portanto, persuasiva), que diz adorar o que faz, e que é muito requisitada, por não possuir o tradicional perfil da “gostosona-vulgar-débil mental-com voz de travesti” (*vide as “Panicats”). Lolla enfatiza que não está de forma alguma fazendo apologia à prostituição, mesmo quando declara (não sem certo regozijo) que alcançou sua independência financeira, toda sorte de conforto mundano que o dinheiro pode proporcionar, e que sua vida atual é um mar de rosas. E sêmen.
Claro que não está promovendo a prostituição! As extintas propagandas de cigarro dos anos 90, que exibiam indivíduos inebriados de felicidade a cada vez em que tinham um cigarro entre os dedos (mesmo quando a bordo de um Jet-Ski, ou em cima de um cavalo) também não estavam fazendo apologia ao tabagismo... O argumento defensório de Lolla, portanto, faz tanto sentido quanto fumar a bordo de um Jet-Ski.
Ao término da atração, após as ensurdecedoras ovações da platéia e inúmeros elogios descabidos e hiperbólicos do apresentador à Lola (aliás, o mesmo apresentador que divorciou-se dias após ter-se enojado com um imperdoável e ultrajante “Quadradinho de oito” de sua esposa acéfala), não pude deixar de dar ouvidos aos meus prestimosos dotes publicitários. Se a atração “Roberto Justos Mais” é assistida por, no mínimo, meio milhão de pessoas, ao menos vinte fulaninhas de 15 a 25 anos serão persuadidas pelo conteúdo exibido, e não verão mal algum em sacrificar a dignidade, a própria vida e a felicidade de seus genitores, em prol de um smartphone, de um carro, uma casa, ou sei lá o quê. E o farão sem ressentimentos, pois terão uma jovem bela, delicada, inteligente e bem-sucedida como referência, e a conivência de um dos empresários mais prósperos do país (que é pai, e que muito fez para construir sua imagem de patrão douto e austero).
No dia seguinte, em outra atração, em outro canal, a seguinte pergunta é feita às jovens: “Você é virgem?”.
O deboche era geral. “Virgem? Para a sua informação, eu trepo até com meu cachorro!”, respondeu uma delas. E, claro, não fica difícil imaginar o filho de fulanas assim (mais comuns a cada dia), jogados nas sarjetas, fumando, cheirando, matando e roubando – “brasilizando”. Vingando-se da sociedade por terem nascido.
E assim, todos os valores, tudo aquilo que sempre foi bom, correto e justo, é deturpado, é invertido, substituído pelo modismo comportamental torpe do momento; condutas que certamente seriam repudiadas não apenas por nossos sábios avós, mas por qualquer cidadão de qualquer uma das civilizações rotuladas preconceituosamente como “pré-históricas”.
Ora, o que é a corrupção inerente à política nacional senão mais um fruto do declínio abissal da moralidade pública? Num país onde putas são elevadas à categoria de santas e viram referência, onde funkeiros são ovacionados de pé, incessantemente requisitados e rotulados como “artistas”, onde assassinos, sequestradores e estupradores jamais são contemplados com uma punição à altura de seus delitos, por que algumas dúzias de velhacos engravatados, comprovadamente corruptos, não haveriam de virar heróis nacionais? O quão malévolos, o quão subversivos são estes transgressores velhacos perto de todos os outros?
Quando uma sociedade deteriora tendo todos os meios tecnológicos atuando simultaneamente na propagação ininterrupta de sua decadência, de sua colossal estupidez, o mundo dá mais um discreto passinho rumo ao fim... Promover certas idéias consiste em, antes de tudo, concordar com elas.
Para preservar o mundo é necessário que cada um faça a sua parte. Mas, para acabar com ele, também.
Status – Yeah, whatever. Away for a while. Merry X-mas everybody.
Lendo – “Operação Cavalo de Tróia – Segunda Viagem” (J.J Benítez). Fascinante. Na metade.
Recomendado – Funny stuff! Mijei nas calças:
https://www.youtube.com/watch?v=c5hhGYFk2xg
Escutando – Yup: another mix!
Cool one:
https://www.youtube.com/watch?v=CUqmlFdfkDs
Em minha modesta opinião, a melhor música do recém-lançado CD “Rock or bust”. Viciante:
https://www.youtube.com/watch?v=Tb2DzSwDzcc
...e concluo com a melhor baladinha de 2014:
https://www.youtube.com/watch?v=yREM_PzaJbc
PS – Urgente: Acaba de ser aprovada a polêmica lei “Eu não vim do lixo, ok?”, que proíbe relações entre jovens brasileiras caucasianas de classe-média e imbecis pré-letrados com cara de Maníaco do Parque e estilo de trombadinha.
Calma; é brincadeira. Respirem aliviadas (By N.S).
PS – Gente que não lê falando da importância de Cristo e da Bíblia, como se o primeiro não tivesse sido o maior professor de todos, e o segundo não fosse livro... (By N.S).
PS – Monsters of Rock 2015: Kiss, Accept, Ozzy Osbourne, Manowar, Judas Priest, Primal Fear, Motorhead, Yngwie Malmsteen, Steel Panther... Pelo menos 80% de minhas bandas favoritas, bandas das quais sou fã incondicional desde os 14 anos de idade. Contudo, os “jeneais” organizadores do evento disponibilizaram míseros 40.000 ingressos. Alegria de pobre dura pouco.
“Fim do mundo” é algo que suscita as mais diversas imagens catastróficas no imaginário popular (asteróides, erupções vulcânicas, terremotos, tsunamis, invasões alienígenas, Godzilla e King Kong dançando La Cumparsita sobre as principais cidades do mundo, etc). A meu ver, o fim do mundo seria igualmente o fim de um processo gradual, ininterrupto, que teve como força-motriz a inversão de valores, o atentado violento à moralidade pública.
Que o leitor tente imaginar o que seria do planeta se todas as nações (todas, sem exceção) fossem réplicas fiéis da nação brasileira... Godzilla olharia para baixo e pensaria “Nossa, eles destroem tudo tão depressa, mesmo sendo tão pequenos! Quantos rios poluídos! Quantas crianças condenadas à miséria graças a seus pais insensatos! Quantas duplas sertanejas ridículas! Quantos dramas da vida real nos programas televisivos dominicais! Quantas adolescentes grávidas de Cleidiçoms e Uélertôuns! E cinqüenta mil assassinatos por ano em cada novo lugar que chego! Quer saber? Meu talento para a destruição jamais será tão versátil... Vou me aposentar”.
Agora, para que se tenha uma acurada noção desta força propulsora que sutilmente nos arrasta para o abismo, um sutil exemplo.
Dias atrás, um ímpeto masoquista me fez assistir ao programa “Roberto Justus Mais”, na Rede Record. O Waffen-SS Roberto Justus recebia uma tal Lolla Benvenutti, o mais novo xodó da mídia televisiva brasileira. Lolla é uma jovem garota de programa, bonitinha, delicada, dona de ótima retórica (e, portanto, persuasiva), que diz adorar o que faz, e que é muito requisitada, por não possuir o tradicional perfil da “gostosona-vulgar-débil mental-com voz de travesti” (*vide as “Panicats”). Lolla enfatiza que não está de forma alguma fazendo apologia à prostituição, mesmo quando declara (não sem certo regozijo) que alcançou sua independência financeira, toda sorte de conforto mundano que o dinheiro pode proporcionar, e que sua vida atual é um mar de rosas. E sêmen.
Claro que não está promovendo a prostituição! As extintas propagandas de cigarro dos anos 90, que exibiam indivíduos inebriados de felicidade a cada vez em que tinham um cigarro entre os dedos (mesmo quando a bordo de um Jet-Ski, ou em cima de um cavalo) também não estavam fazendo apologia ao tabagismo... O argumento defensório de Lolla, portanto, faz tanto sentido quanto fumar a bordo de um Jet-Ski.
Ao término da atração, após as ensurdecedoras ovações da platéia e inúmeros elogios descabidos e hiperbólicos do apresentador à Lola (aliás, o mesmo apresentador que divorciou-se dias após ter-se enojado com um imperdoável e ultrajante “Quadradinho de oito” de sua esposa acéfala), não pude deixar de dar ouvidos aos meus prestimosos dotes publicitários. Se a atração “Roberto Justos Mais” é assistida por, no mínimo, meio milhão de pessoas, ao menos vinte fulaninhas de 15 a 25 anos serão persuadidas pelo conteúdo exibido, e não verão mal algum em sacrificar a dignidade, a própria vida e a felicidade de seus genitores, em prol de um smartphone, de um carro, uma casa, ou sei lá o quê. E o farão sem ressentimentos, pois terão uma jovem bela, delicada, inteligente e bem-sucedida como referência, e a conivência de um dos empresários mais prósperos do país (que é pai, e que muito fez para construir sua imagem de patrão douto e austero).
No dia seguinte, em outra atração, em outro canal, a seguinte pergunta é feita às jovens: “Você é virgem?”.
O deboche era geral. “Virgem? Para a sua informação, eu trepo até com meu cachorro!”, respondeu uma delas. E, claro, não fica difícil imaginar o filho de fulanas assim (mais comuns a cada dia), jogados nas sarjetas, fumando, cheirando, matando e roubando – “brasilizando”. Vingando-se da sociedade por terem nascido.
E assim, todos os valores, tudo aquilo que sempre foi bom, correto e justo, é deturpado, é invertido, substituído pelo modismo comportamental torpe do momento; condutas que certamente seriam repudiadas não apenas por nossos sábios avós, mas por qualquer cidadão de qualquer uma das civilizações rotuladas preconceituosamente como “pré-históricas”.
Ora, o que é a corrupção inerente à política nacional senão mais um fruto do declínio abissal da moralidade pública? Num país onde putas são elevadas à categoria de santas e viram referência, onde funkeiros são ovacionados de pé, incessantemente requisitados e rotulados como “artistas”, onde assassinos, sequestradores e estupradores jamais são contemplados com uma punição à altura de seus delitos, por que algumas dúzias de velhacos engravatados, comprovadamente corruptos, não haveriam de virar heróis nacionais? O quão malévolos, o quão subversivos são estes transgressores velhacos perto de todos os outros?
Quando uma sociedade deteriora tendo todos os meios tecnológicos atuando simultaneamente na propagação ininterrupta de sua decadência, de sua colossal estupidez, o mundo dá mais um discreto passinho rumo ao fim... Promover certas idéias consiste em, antes de tudo, concordar com elas.
Para preservar o mundo é necessário que cada um faça a sua parte. Mas, para acabar com ele, também.
Status – Yeah, whatever. Away for a while. Merry X-mas everybody.
Lendo – “Operação Cavalo de Tróia – Segunda Viagem” (J.J Benítez). Fascinante. Na metade.
Recomendado – Funny stuff! Mijei nas calças:
https://www.youtube.com/watch?v=c5hhGYFk2xg
Escutando – Yup: another mix!
Cool one:
https://www.youtube.com/watch?v=CUqmlFdfkDs
Em minha modesta opinião, a melhor música do recém-lançado CD “Rock or bust”. Viciante:
https://www.youtube.com/watch?v=Tb2DzSwDzcc
...e concluo com a melhor baladinha de 2014:
https://www.youtube.com/watch?v=yREM_PzaJbc
PS – Urgente: Acaba de ser aprovada a polêmica lei “Eu não vim do lixo, ok?”, que proíbe relações entre jovens brasileiras caucasianas de classe-média e imbecis pré-letrados com cara de Maníaco do Parque e estilo de trombadinha.
Calma; é brincadeira. Respirem aliviadas (By N.S).
PS – Gente que não lê falando da importância de Cristo e da Bíblia, como se o primeiro não tivesse sido o maior professor de todos, e o segundo não fosse livro... (By N.S).
PS – Monsters of Rock 2015: Kiss, Accept, Ozzy Osbourne, Manowar, Judas Priest, Primal Fear, Motorhead, Yngwie Malmsteen, Steel Panther... Pelo menos 80% de minhas bandas favoritas, bandas das quais sou fã incondicional desde os 14 anos de idade. Contudo, os “jeneais” organizadores do evento disponibilizaram míseros 40.000 ingressos. Alegria de pobre dura pouco.
posted by Nizi Silveira at 12:02 PM
4 Comments:
Impossivel discordar...so o Brasil mesmo para conceder espaco publicitario para esta gente...
Tb tentei desesperadamente comprar o ingresso para o Monsters. Imposs[ivel.
Bjooooooooos e merry x-mas
Cara, lendo seu texto descobri q sou mais conservador do q pensava... eu queria saber o q a Tânia pensaria de nós agora...rsrsr
hahaha. Nao sabia que ela pensava at all... Miss ya, dude!
Puto, uma sugestão - o que são os sonhos
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