segunda-feira, junho 15, 2015

Nizi e o fofucho Mundo dos negócios (A Special post Created and written By Nizi Silveira)



-Ontem, entrevistei candidatos a uma cobiçada vaga de emprego. A situação abaixo se reproduziu por inúmeras vezes:

Candidato – “Olá. Boa tarde”.

Nizi – Boa tarde. Antes de mais nada, fofinho do titio, você gosta do mundo dos negócios, morzão?

Candidato (meio constrangido) – “Gosto muito, e o acompanho”.

Nizi – O que é o mundo dos negócios, meu pãozinho de ló?

Candidato – “O mundo dos investimentos”.

Nizi – Investimentos, lindão? Não seria o mundo das idéias? Alguém investe em más idéias?

Candidato – “Tem razão”.

Nizi – E como ter uma idéia?

Candidato – “Ah, tipo... pensando, né?”

Nizi – Mas para pensar e elaborar não seria necessário ter um repertório abrangente de conhecimento que estimulasse a mente? Não ficaria mais fácil assim?

Candidato – “Sim, ficaria”.

Nizi – O que é um otário?

Candidato – “Como?”

Nizi – Eu sou um menino de seis anos e quero saber o que é um otário, papai. O que você me diria, papai? HEIN, PAPAI? EU QUERO SABER, PAPAI! DIZ, PAPAI! (*berrando e esmurrando a mesa).

Candidato – “Um burro. Alguém que não conhece nada”.

Nizi – Good, good. E de onde vem o conhecimento, meu linducho master-plus?

Candidato – “Da escola”.

Nizi – Escola? Não seria dos livros? O que um professor faz?

Candidato – “Transmite o que está no livro para os alunos?”

Nizi – YES! You’re kicking ass, man! Fuck yeah! THE CHAMP IS HERE! (*berrando). Então, os livros são importantes?

Candidato – “Sim.”

Nizi – Eles são capazes de aumentar o seu conhecimento, facilitando na elaboração das boas idéias que gerarão os grandes investimentos?

Candidatos – “Sim”.

Nizi – E isso é capaz de gerar progresso a todos?

Candidato – “Sim”.

Nizi – Então, você está me dizendo que a leitura não é um mero passatempo?

Candidato – “Sim”.

Nizi – Então, um país que não leve isso em consideração é um país atrasado que possui uma nação de otários? Um país de poucas idéias e, consequentemente, de poucos investimentos significativos? Um país onde todos reclamam e exigem, mas ninguém se empenha em mudar para mudá-lo?

Candidato – “Sim”.

Nizi (fingindo choro) – Puta merda! Existe outra alternativa? Outra que não seja livro?

Candidato – “Levando tudo o que dissemos em consideração, não”.

Nizi – Ah meu Deus, você está sugerindo que eu nada aprenderei com a TV, por exemplo?

Candidato – “Dificilmente aprenderia”.

Nizi – Seria porque a mídia é regida por grandes patrocinadores, e estes não se preocupam com a qualidade, mas exclusivamente com o lucro?

Candidato – “Exatamente”.

Nizi – Se eu não aprender, não evoluirei? Não conseguirei nem ser uma boa referência para um filho?

Candidato – “Não”.

Nizi – Então, isso é muito importante, candidato?

Candidato – Sim, muito.

Nizi – Então, qualquer pessoa que saiba que eu não leio nada e não sei de nada poderá se aproveitar disso, me roubando, me enganando? É isso mesmo, candidato?

Candidato – “Sim. Você se tornaria alguém vulnerável”.

Nizi – E o que alguém vulnerável faria? Teria orgulho disso?

Candidato – “Não; seria alguém inseguro. Tentaria esconder isso”.

Nizi – E como faria isso candidato? Possuindo determinados objetos? Aqueles que a propaganda diz que quem os tem, é belo, poderoso, sofisticado e inteligente?

Candidato – “Precisamente”.

Nizi – Poderia se esconder atrás de um diploma também?

Candidato – “Sim”.

Nizi – Isso não seria ser medíocre?

Candidato – “Sim”.

Nizi – E uma mulher que se relacionar com um homem assim poderá esperar um casamento longo e feliz? Ele seria um pai adequado para um filho?

Candidato – “Não”.

Nizi – Peraí... Então, ela estaria sendo usada? Perdendo tempo? Ah meu Deus... tadinha...TADINHAAAA!! (*berrando e fingindo choro)

Candidato – “Sim”.

Nizi – Fale um pouco sobre o último livro que leu.

Candidato – “...”.

Nizi – Cai fora daqui, seu bosta.

...e o candidato, impecavelmente vestido, exalando caríssima fragrância estrangeira, saiu da sala altivamente, tal qual um imperador, e foi rumo ao seu carrão, onde uma bela jovem o aguardava...

Bem vindo ao mercado de trabalho brasileiro.


Status – Kinda tired. I miss my Jujuzinha Bernadino, the only one I ever loved... (and she’s probably acting like a fucking whore with some brainless piece of shit, as usual...). Bem, chega de falar de futuras mães-solteiras... A tradicional sessão “Escutando” não será inclusa neste (I’m very busy 2day).

PS – Vem aí, a minissérie “Otimismo doentio”, que conta a história de uma mulher de classe-média que sequer sabe fritar um ovo, não teria absolutamente nada de significativo para ensinar a um filho, não sai da internet, vive exclusivamente para tirar selfies e comprar sapatos, e crê piamente que seu futuro casamento (com um baladeiro efeminado cretino) tem tudo pra dar certo... (By N.S).

PS – Cinquenta homens fardados brincando de Lego e pulando amarelinha. Atrás deles, uma placa que dizia “Infantaria” (By N.S).

PSIdéia revolucionária (By N.S): Criminalização dos relacionamentos (e da gravidez) por motivo fútil.

3 Comments:

Anonymous Anônimo said...

ahahahahahahahahhahahahahahahahahahahahahaha retrato fidedigno. Genial.

12:23 PM  
Anonymous Anônimo said...

Mas que rapaz mais socrático, MEL DELS!

12:06 AM  
Blogger Nicah Gomes said...

Genial acidez!

9:02 PM  

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