segunda-feira, novembro 08, 2010

Sobre amor, gelo, pastéis e murros em ponta de faca -> Crônicas da vida R$ (Created and written By Nizi Silveira).

A regra (e a Nunes) é clara: sem argumentos, fim da conversa. Seja humilde, reconheça, diminua o tom e abaixe a cabeça. Take it easy, make it easier.
Fui à lua e levei, digo, fui à casa de minha querida Kátia na última sexta-feira, ainda sentindo e saboreando, ao longo do percurso, os agradabilíssimos resíduos de um delicioso pastel de frango com catupiry fajuto alojados nos molares e caninos, e devorado algumas horas antes com uma voracidade ímpar. Claro, na ocasião também adquiri uma garapinha caprichada - é como eu sempre digo: idosa asiática com cana na mão, sempre dá um caldo (by Nizi).
Ah, quanta vulgaridade de cunho gastrônomo-feirante... Tsc,tsc..

Fazendo um “previously on Lost”:

Eu e Kátia terminamos pela nojentésima vez, quando ela, a patricinha-princesinha- magrinha-bundudinha do titio, anos mais velha que eu, no caso, o ‘titio’ previamente mencionado, aderiu abruptamente à uma vida desregrada, tendo como companhia gente vazia, idiota, comum, sem-graça, sem-assunto, mas, mesmo assim, prepotente e “nhe-nhe-nhê”. Tais atitudes resultaram num pai preocupado, e num Nizi emputecido - Silveiramente falando, claro (what?).

Ah, o amor... Di fudê, viu...dose palião.

Preciosos vasos de diversas dinastias chinesas foram arremessados impetuosamente contra as quatro paredes. Louças Marinex tiveram sua resistência posta à prova, enquanto lágrimas provindas de olhos coruscantes, escorriam por nossas faces e caiam, tendo a queda amortecida e suavizada por um tapete feo-poodle, que, se pudesse, teria muitas epopéias grotescas para contar...

NOTA: Durante os dos dois breves flashbacks abaixo, peço ao leitor que imagine as cenas envoltas numa tênue fumaça branca, como ocorre em novelas e séries, nas ocasiões em que os protagonistas estão se recordando de algo. Sim, vamos aderir aos clichês indigestos momentaneamente, minha gente.


Nizi- Kátia, tipo...tem um cara feio encoxando você. Isso precisa parar. Limites, Kátia. LI-MI-TES.
Kátia- “hahahaha...está com ciúmes de si próprio? Este é o próximo passo da sua loucura?”.
Nizi- li-mi-tes. Hahaha... que babaca...fucking kill me.
(bom, eu estava meio bêbado).

...ou quando eu cortei o cabelo...

Kátia- “hahaha...tá parecendo mulherzinha...”.
Nizi- Você também – só que eu nunca debochei disso.

(Lembra-se disso? hahaha...long time...)

Os serviços de um velho padre exorcista siciliano foram requisitados. Vizinhas carolas enrolavam seus rosários nas mãos, rogando aos céus para que a chuva torrencial de impropérios cessasse once for all. “Te amo” era freqüentemente substituído por “vai se foder” naqueles dias. Crueldades e absurdos, que, até então, só poderiam ser vistos nas páginas da Ata de Wannsee.

Nestes longos meses em que ficamos separados, aves migraram para o sul (such a beautiful and peaceful scene, man. Fills my heart with joy and some other cute shit), inúmeros islâmicos implodiram em cólera, para, em seguida, exteriorizarem seus sentimentos ignóbeis explodindo contra transeuntes desavisados, palhaços viraram deputados ao serem contemplados com os votos de outros palhaços, as dobras em minha barriga ganharam tamanho e consistência, os sulcos cunhados em minha alva e não-tão-lívida face aprofundaram-se, as rugas em meus testículos produziram desenhos incríveis, semelhantes aos vistos nas planícies de Nazca (no Peru – sim, justo lá), e Kátia, uma eterna aficionada por homens mais velhos, dera início à “Operação Caça-tiozão” (Fox filmes do Brasil apresenta...), visando conquistar um destes super-cobiçados “tiozões” de Perdizes, conhecidos nos Eua pela alcunha “Perdizes’s big uncles”. Or maybe not.

Fofinhos, gordinhos, carequinhas, monossilábicos, aristocráticos e “dilãquis” (deluxe). Correm no canteiro central da Avenida Sumaré nas manhãs de sábado, sendo constantemente alvejados pela negra e tóxica fumaça de caminhão vinda dos dois lados da pista, e, remetendo tal feito ao padrão de “vida saudável”, vivido por poucos, e visado por muitos – irônicos, acima de tudo.
Modesta coleção de vinhos na adega improvisada, as discografias completas de Elis, Chico e Caetano (very exciting stuff), completa filmografia de Woody Allen e Fellini em dvd, a incontestável preferência pela culinária italiana (a pancinha não nega), o Toyota Corolla 2005 (com um “Guia 4 rodas” repousando no porta-luvas), as cuecas de seda, alguns perfumes importados, e a confessa admiração pela Era Médici. Senilidade nunca foi tão sexy, that’s for damn sure. Lineu Silva bancando o Bond; James fucking Bond.
Divago para dizer: a vida só se torna desesperadora de verdade quando, sem sair de casa, você adquire a capacidade extra-sensorial de saber exatamente o que acontece lá fora, e o quão previsível são os indivíduos. Eu me sinto contido num dos quadradinhos da forma de gelo, acredite. Daria tudo por um raio na cabeça; a vida é sempre a mesma coisa para todos – no big deal. A existência é a verdadeira vilã. Vejo mais utilidade num arame de embalagem de pão de forma, do que na existência humana. Achar que estamos aqui apenas para financiar um carro e uma casa, cultivar o corpo, ter uma merda de um filho, e esperar ansiosamente pelo próximo I-something do Steve Blowjobs, é mais do que patético. E ainda há quem diga “tenho medo do inferno”. I got news for you: você já está nele.
Estou me tornando uma fusão de Doutor House com um “Precog” do “Minority Report”. It can’t be good. Everything is so boring. A living nightmare.
I just wanna...



Os poucos telefonemas que recebi de Kátia neste tempo de separação e desavença, me deixaram felizes – bem felizes. Tenho certeza de que nem Julio Iglesias, se vestido com uma camisa vermelha e sentado num sofá de iate, ficaria tão contente.



...or maybe not. É só olhar para ele; felicidade pura. Looks like he’s having the time of his life. Good for you, Julio. Beços e pantallones en su coraçón. Arriba, guantamêra.


Dona Ermiliana Araújo, de Alagoas, escreve:

- Querido Nizi,

Você não fica nem um pouco triste, ‘borocochô’, por ver a primeira pessoa que amou na vida, caçando tiozões implacavelmente nos pubs afeminados de sua região?
Beijos mil, meu fofo dêlichãs (delicious).

A resposta:

Querida e Excelentíssima Dona Senhora Ermiliana (sempre exagero nas formalidades).

Devo admitir que sua pergunta não é descabida, ainda que extremamente invasiva. Tomá no cu, hein, Dona Ermiliana...tí contá, hein...ô mina saliente (bem, nem sempre exagero nas formalidades).
Transformo minhas horas lúgebres em horas etílicas, e complemento-as com extensos monólogos com meu cachorro, maratonas de Poker, e uma análise minuciosa, cena-por-cena, dos filmes de Silvia Saint, Bobby Starr e Alexi Texas. Antes de dormir, uma loção corporal, um incenso, uma ou duas músicas do Coldplay, e muito auto-desprezo por ter agido de forma tão constrangedora em apenas alguns minutos. Coldplay? Peraí, né...
Ps- Seus mil beijos já foram recolhidos (com uma espátula, devido à precária higiene bucal dos alagoanos) e devidamente armazenados em meu flagelado coração, sob uma temperatura que varia entre -18 e -25C. It can’t get any colder than that, belive me.
Ps- “Borocochô”? What the fuck does that mean, bitch? Some kinda of old and weird Brazilian expression?

Ela me ligou, me chamou, mas, infelizmente, nada mudou... Pare de fazer besteira, Kátia. You’re not the only one getting hurt, ok? Your junkie-ass friends don’t deserve you. If you ever change your mind (well, there’s always a little hope), you know exactly where to find me:



and bring a lawyer. Seriously.


Status- Bad mood, man. Melhor deixar as coisas como estão; chega de discussão. I need a better job urgently. Queria ser tradutor. Pay me, and I’ll translate anything you want, chubby boy.
Escutando- Para ela (pra variar):

http://www.youtube.com/watch?v=PtfM2CozoAo





PS- Tenho uma prima que caiu no conto do catupiry fajuto. Terminou grávida de trigêmeos.
PS- Tenho um primo que também caiu no conto do catupiry fajuto. Mudou o nome para Chiquinha Tornado. Por R$ 50.00, ele/ela/’it’ pode ser todo seu por meia hora. Recentemente, apelidou a própria bunda de “clube”, e está sempre à procura de mais e mais membros. Provei e aprovo: Vamos pro psy?
PS- Faço a seguinte lista de compras: camisa vermelha, e sofá de iate; apenas o sofá. Um iate é caro pra caralho, além do mais, onde é que eu vou enfiar aquilo? No cu?
PS- Um futuro slogan non-sense para este blog (acabo de criar):
A arte de criticar - tradição com “T” de peraí que eu já atendo (tem alguém tocando a campainha. Ê caralho...).
PS- “…a precária higiene bucal dos alagoanos”. Calma, é brincadeira – e atravesso a rua, com passos largos, e olhando ao redor com extrema apreensão.
PS- Cela dança, eu danço; cela dança, eu danço (Um funk carcerário By Nizi).
PS- Nobody’s crazier than us. I care so much about you. Loving you makes me wanna die even more, do you know that? Respect your dad; he’s one amazing and smart guy. Love you both – but in very different ways. Love your boat – damn; I’m talking about boats again. Love your goat – mééé. Love your coat – sexy and warm.
(hahaha…by Nizi).

3 Comments:

Anonymous Iór oudi sista said...

Deus que me livre desses tiozinhos Tilibra (uma brochura só),rsrsrs

5:46 PM  
Blogger Unknown said...

Amei. Odeio funk, odeio sertaneja, odeio rodeio....Paz na Terra aos seres de boa cabeça...bjs de luz...

12:40 AM  
Blogger Unknown said...

Amei. Odeio funk, odeio sertaneja, odeio rodeio....Paz na Terra aos seres de boa cabeça...bjs de luz...

12:41 AM  

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