sexta-feira, janeiro 21, 2011

3 in 1: ELES, ELES - e ele, apenas o minúsculo e distante “ele” (Everything Created and written By Nizi Silveira).

POST 1: A repercussão do post da semana passada (By Nizi Silveira).

Nota: o conteúdo deste post só fará sentido caso o leitor tenha lido o post da semana passada.
(Duh).

Eis o que aconteceu com uma amiga minha ao entrar numa BlockBuster e se aproximar de um dos atendentes:

Ela: “Oi, estou procurando...”.
Atendente: “Deixe-me adivinhar: um filme onde o protagonista possui um nome composto peculiar, e morre no final, ainda que, desavisado, apareça com uma certa felicidade na foto da capa. Acertei?”.
Ela: “HOLY FUCK!”.

...e pensar que tudo isso foi criação minha... Sou feliz e canto.
Bom, não precisava ter gritado “holy fuck”, né... it’s a family enviroment, bitch.

POST2: Ainda feliz e cantando, por saber que pensamos da mesma maneira (By Nizi Silveira).



Quebrei, destruí meu celular. Novinho em folha, o mais caro, o mais sofisticado.
Por que? Se liga...
Descobri que várias das tecnologias presentes naquele aparelho foram desenvolvidas pelo Einstein, 70 anos atrás. Convenhamos: o Einstein era feio pra cacete. Deus me livre de colocar no bolso algo criado por alguém tão feio. Revolucionou o mundo? Tá, beleza. Bela bosta.
Se não tem barriga de tanquinho, e não toma anabolizante, fica difícil de levar a sério, né? Um inútil. Pena ter escapado dos nazistas.
Por favor, sigam meu exemplo. Não aguento mais a falta de mediocridade do mundo.
Basta.

POST 3: See you around, sailor (By Nizi Silveira).



Semana passada, faltando menos de vinte e quatro horas para o meu aniversário, um fantasma projetou-se em minha casa. Veio diretamente das profundezas de Sei lá, localizada na província de Whatever: Meu “P’hai”.
Já havia me esquecido que tenho um. Tempo atrás, consegui até me lembrar de um ursinho de pelúcia com o qual dormia agarrado nos primórdios da infância (o mesmo no qual ejaculei bastante durante a adolescência), a ponto de retirá-lo do porão, visando relembrar os velhos tempos. Acordei com um ursinho gozado colado na testa, um pai na porta, e pensando “O que diabos este pai omisso está fazendo na minha porta? Que absurdo é este, meu Deus?”.
Muitos me odeiam por não odiar meu pai de um jeito que lhes apeteça. Mas, sou assim. Amando demais eu sou tão desagradável e idiota quanto odiando de menos. Em toda a minha vida, vi e conversei com meu pai apenas três vezes. Semana passada, foi a terceira.
Ao vê-lo, após quase dez anos, concluí que os canalhas podem sim ser incluídos na lista de indivíduos que nunca envelhecem, composta, até então, pelos ruivos, os albinos, os negros e os carecas. Caro leitor negão e careca (ou ruivo e albino): você é uma fonte da juventude ambulante. Eternamente um Justin Bieber do Congo. Se for canalha, então...
Não sabia que minha mãe tinha morrido. Ele, o meu pai. Ficou triste, mas não tanto quanto deveria ficar, e não tanto quanto eu queria que ficasse. Mentalmente, me veio um inapropriado trocadilho metalingüístico com a velha língua anglo-saxã:

My mom is dad. Help me God, my mom is dad!”.

Não consegui rir. Aliás, o lado ruim de ser auto-suficiente em humor é não conseguir rir das próprias piadas (hahahaha *gargalhando histericamente. E espalmando o joelho).
Perguntou sobre minha vida, obtendo respostas vagas, evasivas. Deu-me conselhos básicos e infantis, coisas que já sei há tempos, como: “Não deixe de estudar, não use drogas, pare de ejacular naquele velho urso, e esfaqueie o marido da Professora Karina”.

Vestido com andrajos, e uma seringa fincada no antebraço, rasguei livros e me masturbei, para mostrar-lhe o quanto estava disposto a escutá-lo.
No silêncio, analisava-o. Analisava com uma curiosidade científica a criatura que me colocou neste mundo, sem pedir-me a permissão prévia. Uma criatura tão distante, quase um personagem folclórico. Conclui que, nesta vida, ele me visitou mais vezes do que leu, e leu menos vezes do que me lembrei dele.

Antes de partir, me ofereceu um dinheiro que recusei. Em nossa terceira despedida, às vésperas de meu aniversário, ganhei um pedido de desculpas. Ao perceber que estava sendo sincero, disse-lhe, novamente me apropriando da velha língua anglo-saxã, for no good reason:

- Everyone make mistakes, old man. I might be young, but I know life enough to say that everyone deserves a second chance. Maybe, even a person like yourself. In the human heart, there’s plenty of space for mercy, and in a guy’s pocket there’s always a little space for a condom. So, please, “dad”: next time, you fucking use it.

Traduzindo:

-Todos nós cometemos erros. Embora eu seja jovem, conheço a vida o suficiente para dizer que todos nós merecemos uma segunda chance. Talvez, até você. O coração humano possui um imenso espaço para o perdão, e no bolso de um cara sempre existe um espaçinho para uma camisinha. Então, “pai” (entre aspas, claro), da próxima vez, use.
Ele riu, disse seu “Tchau”, e eu voltei para o meu quarto para chorar um pouco. Não por ele, claro. Por nós, por minha mãe.

Considerações finais:

-Sim, este é o meu pai: um pontinho no oceano, ficando cada vez mais distante do barco que abandonou, à deriva. Às vezes, ele olha para trás, tentando imaginar como teria sido, se caso tivesse permanecido no barco. Enquanto isso, eu, o capitão, observo-o através da lente de uma luneta, tentando imaginar se o destino do barco teria sido muito diferente com ele à bordo. No final, tudo permanece do mesmo jeito estranho: com choro, mas sem vela.

I’ll see you around, sailor. Afogue-se um pouco. Por mim, vai?



Status – Ok. Quem precisar de um redator publicitário (é sempre bom ter um, né?), entre em contato. Sério. I’m broke. I’m bankrrupt, honey. Ontem, revi meu querido amigo-irmão Thales. Saudades do Lu, do Ju, do Otas e do Fabrício. Escutando- para o terceiro post, não consigo imaginar música mais apropriada:

http://www.youtube.com/watch?v=rS7QLMAgqng

...ah, claro: ontem, dia 20, Paul Stanley, frontman do KISS, a banda que me iniciou no rock (13 anos atrás), completou 59 anos, portanto...

http://www.youtube.com/watch?v=4NDfrmx6v9E&feature=related


PS - Meu sonho? Escrever algo tão bom quanto uma letra de música sertaneja, de samba, de axé, ou de pagode. Portanto, torçam daí, que eu tento daqui, ok?
PS- Foi decepcionante esperar um super-herói, e me deparar com um tiozão tão perdido quanto eu, que, há 25 anos atrás, não conseguiu encontrar uma lojinha de posto aberta para comprar camisinhas. Claro, todo pai tem um lado super-herói. O meu só precisava de uma capa peculiar, colocada num lugar ainda mais peculiar. Não consigo amá-lo, mas, também não consigo odiá-lo.
Pode ir pai – e leve estes R$89.987,35 com você. Não preciso de esmola. O ponto é: quem não é homem para educar e ensinar um filho e cuidar da família, não é homem para mais nada.
Não obstante, tenho certeza de que o desfecho desta história será bem gozado. Cadê o meu ursinho, cacete?
PS- No segundo post, apenas imitei aquilo que você já é, ou que se tornará num futuro próximo. Acredite: tá igualzinho.
PS – Justin Bieber do Congo says: “Baby-baby-baby-oh I’m so starving, please, buy me some food”.
(tá, sacanagem).

1 Comments:

Anonymous Sua irmã taleban,rs said...

Realmente,canalhas não envelhecem...na nossa "família" então...parece que são eternos...

6:56 PM  

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