terça-feira, dezembro 21, 2010

2 in 1 – Tv and it’s friends and foes (Everything Created and written By Nizi Silveira).

POST1 -> Groovy, baby, yeah: The unexpected guest (By Nizi Silveira)

-Apenas para constar…

Semana passada, durante mais uma madrugada de pura insônia pensando em você (sim, altruísmo), ligo a televisão. A Rede Globo transmitia a atração “Som Brasil”, que deveria mudar o nome para “Son Risal”, pois consegue ser tão desagradável quanto uma caganeira provocada pelo consumo excessivo de doce de abóbora. Aliás... nada.
Se você acha que artistas como Gilberto Gil, Caetano Veloso, João Bosco, Toquinho, Zakk Wild, Djavan e Milton Nascimento, são chatos pra cacete, é porque provavelmente ainda não viu e ouviu os tributos feitos a eles na atração em questão – a mais nova geração de pentelhos fanhos munidos de violas de rosewood (*quase que escrevo “rosebud”, you know, that word from the “Citizen Kane” movie) prestando suas homenagens, dando uma nova roupagem (ainda mais chata) à clássicos da MPB; músicas que são capazes de entediar um cágado manco do Parque da Juréia, ou um homem em estado vegetativo, se, claro, de boné laranja.
No episódio que assisti, o homenageado era o superestimado Chico Buarque, dono de uma voz extremamente comum, perito em escrever letras compostas por uma sucessão quase infinita de metáforas/comparações esdrúxulas:

Seus olhos são do azul do céu numa manhã de setembro, refletido sobre as águas límpidas de um córrego na Nazaré Paulista de 1874, e sua boca é tão vermelha e apetitosa quanto a maçã do Éden, que foi mordida por Adão e Eva, originando o pecado original, numa ultrajante demonstração de desobediência e insubordinação para com a Divina Providência, e seu corpo... bem, ele é legal. Da hora”.

Quando enfim me vieram os primeiros bocejos, e o programa já ostentava um nível de chatice superior ao de uma palestra sobre os hábitos alimentares das tribos nômades da Abissínia, subiu ao palco um ídolo de minha infância, baby. Mulherengo, debochado, e, para minha total e absoluta surpresa, fã-confesso de Chico Buarque...



Sim, Austin Powers! Quem diria...




POST2-> Alienação: Contatos imediatos de centésimo septuagésimo primeiro grau (By Nizi Silveira).




NOTA:
Um larápio competente é aquele que vive se aperfeiçoando, ou se re-inventando. Temos o dever cívico de orgulharmo-nos de nossos larápios, de nossos “adoráveis larápios”, para ser mais específico. São poucos os brasileiros com tamanha coragem e criatividade. Pense: quantos homens de meia-idade do interior de Minas Gerais pensaram em colocar uma coroa de espinhos de plástico sobre a cabeça, para então, forjar um macarrônico sotaque aramaico, e proclamar-se filho do Criador frente às câmeras? Quantos pensaram em forjar um sotaque aramaico? Quantos de fato conseguem? Pense no trabalho que dá, for Christ’s sake!
Indivíduos assim merecem incessantes ovações, pois levam o bom e velho nonsense to the next level. Há quem não tenha 1/10 desta inventividade, desta audácia, vista um terno, se proclame presidente através de um carregado sotaque sergipano, e vire ídolo, referência.
Que a justiça seja feita.


Ao ligar a tv, semana passada, me deparei com Urandir Fernandes.
O suposto médium que, não menos supostamente, mantém contato com inteligências extraterrenas, era presença costumeira nos mais variados programas sensacionalistas que infestavam o horário vespertino da tv aberta, lá pelos idos de 1998/99. Eu, um adiposo (pero, sensual) adolescente na época, me assustava com seus relatos inacreditáveis, enquanto saboreava meu Miojo Panco de galinha caipira, secava o suor da pança na camiseta, para, horas mais tarde, deleitar-me com o “007 – Goldeneye” do Nintendo 64, ou assistir “Tango & Cash – os vingadores”, no “Cinema em casa”, do SBT.
Ah, saudade...
Urandir Fernandes possuía um modesto sítio, que era frequentemente visitado e iluminado por canetas-laser, ainda que ele insistisse em classificá-las como “discos voadores comandados por membros de uma sofisticada civilização da constelação de Alfa-Centauro”. Sim; antes do “Homem do Rá”, com os flashes de máquina fotográfica que lhes saiam das mãos, antes de “Tiazinha” e seu disco voador da Goodyear, antes da adolescente sérvia que chorava cristais, antes de Elba Ramalho e seu desenfreado consumo de Canabis, que lhe ocasionava visões de duendes e seres intra-terrestres, tínhamos Urandir Fernandes, com suas canetas-laser made in Taiwan, e seus relatos fascinantes de fazer inveja a mestres do Sci-fi. Atestando a bizarrice, vídeos de baixíssima qualidade e evidências fotográficas dúbias. Bem, vale lembrar que naquela época ainda não existia “Big Brother”, de forma que indivíduos ociosos dispondo de câmeras de vídeo, ou filmavam casamentos e batizados, ou fabricavam falsos discos voadores embrulhando Lps Erasmo com papel alumínio e jogando para cima, para filmar e exibir na tv, na base do “...e seja lá o que Deus quiser”.

Ainda que também tenha sido desmascarado e caído no total descrédito, Urandir Fernandes, ao contrário da maioria dos hilários e adoráveis falsários do começo da década de 90, que se contentavam apenas em aparecer na tv e receber um modesto cachê de cinqüenta cruzeiros (quantia hoje equivalente a duzentos bilhões de reais), é um indivíduo de muita persistência. Sua mais nova ‘invenção’ o trouxe de volta aos holofotes (lembrando que “holofotes” # “discos voadores”); trata-se do alienígena “Bilú”, que embora dotado de inteligência superior, aparentemente não se importa com o nome de poodle de madame que lhe deram.
Bilú” é baixinho e carismático; tem voz de desenho animado, mas um português muito mais fluente e inteligível que a maioria destes alienígenas vindos de galáxias como Maranhão e Piauí, e que são vistos aos milhares em São Paulo.
Tal como um tarado sorocabano, “Bilú” só se manifesta à noite, e no meio do mato. Diz ter mais de quatro mil anos de idade, ainda que a máscara da 25 de março que compõe seu rosto sugira muito menos. Faz diversas previsões sobre o futuro da raça humana, e presenteia seus ouvintes com lindas passagens, provavelmente extraídas do livrinho “Minutos de sabedoria”, que pode ser adquirido por míseros R$11.90 no saldão de qualquer livraria Saraiva.
O que Urandir Fernandes ganha com isso? Influência - sim, acredite se quiser. Seu “Projeto Portal”, uma espécie de CDHU para ets, já conta com centenas de patrocinadores, que constantemente travam violentas batalhas onde só o mais idiota sobrevive. Até hoje ninguém morreu.
Meu lado Sônia Abraão (revoltado e melancólico), diz:

Gente, é uma pena ver um assunto tão sério e fascinante quanto a ufologia sendo “prostituído” - explorado de forma tão grosseira. No próximo bloco, revelações bombásticas sobre Caso Mércia. Sim, pra variar.

Voltando para o modo Nizi Silveira...
Com Urandir Fernandes, o Beto Carreiro dos alienígenas, a busca por respostas não cessa nunca:
Quem são eles? São reais? Para onde vamos?”.

Para onde vou, não sei – mas sei exatamente para onde mandar Urandir Fernandes...

Sua última “aparição”? Foi no palco Superpop, atração onde atributos como inteligência, bom-senso e vergonha na cara são frequentemente abduzidos e descartados em algum ponto longínquo do espaço...

...e tudo isso convergindo num autêntico contato imediato de centésimo septuagésimo primeiro grau – ou simplesmente “171”.
Sci-fora – e feliz natal.



Status- Ok! Acredite se quiser: a fórmula secreta da Coca-cola foi divulgada pelo Wiki-leaks. Estou tomando Coca-Cola caseira feito um filho da puta. Fontes oficiais de água mineral me garantem que ganharei um mega-presente natalino. Ontem, completou-se três décadas da morte do genial Nelson Rodrigues.
I need a better job.
Lendo- “Salambô” (Gustavo Flaubert).
Escutando- O “niver” (I’m such a teenager) de Jesus Cristo se aproxima, portanto, separei duas lindas cançonetas onde seu santo nome se faz presente...

http://www.youtube.com/watch?v=k-WjOjqixgA
(dispensável dizer o quanto eu amo estes caras. Tenho a discografia completa).

...e, como de praxe, uma baladinha sensacional (bom, esta todos conhecem...vem diretamente de um dos melhores álbuns de hard-rock da história. Digo mais: se eu fosse fazer uma lista com os 500 melhores cds de hard-rock de todos os tempos, “Slave to the Grind”, de 92, ficaria entre os 3 finalistas; é uma obra-prima):
http://www.youtube.com/watch?v=KVrNCtUNfmc&playnext=1&list=PL9C01E118D469BCD4&index=50






PS- Gostou de meu falso “aliás”, no primeiro post? Aquele “aliás” é como nossas vidas; não nos conduz à lugar algum.
PS- Diga repetidamente “Ufo fofo”, e perceba o bem-estar que esta frase proporciona. De nada.
PS- Homens em estado vegetativo de boné laranja estão mais propensos ao tédio. Bom, mas isso você já sabia. Certo?
PS- *escuta-se um arroto*.
PS- Próximo post: Retrospectiva 2010 - os fatos, as fotos e os fetos purpurinados que brilharam na minha vida, no ano que ta “hino” (Osasco’s vocabulary).