terça-feira, fevereiro 15, 2011

Samba is for suckers (By Nizi Silveira).

Para este que vos escreve, “carnaval na avenida” é algo que só soaria agradável, se, por acaso, um caminhão de 18 rodas adentrasse a Sapucaí, atropelando tudo pela frente. Sangue, purpurina, serpentina, isopor (materiais que já eram cafonas o suficiente quando utilizados para enfeitar trabalhos escolares da segunda-série), e próteses de silicone – todos devidamente esmagados por seus pneus, que queimariam o asfalto a 250 km/h. Hoje a festa é na avenida.

Gritos agonizantes sendo abafados por uma marcha apoteótica de Richard Wagner. Miguel Falabella desmembrado, nadando no próprio sangue, com sua tanguinha de pele de leopardo. Chico Pinheiro e Lecy Brandão, ambos estarrecidos, narrando tudo, minutos antes de terem sua cabine de transmissão alvejada por um projétil de minha Panzerfaust.

Bullseye!

Nas arquibancadas, um clima de puro “What the fuck?”, de “Oh my fucking God” – o “putz grila” de ianques exasperados – se instauraria. Suicídios de um lado, e uma sucessão de combustões espontâneas do outro.

... infelizmente, nem todos os sonhos se concretizam. Só me resta desligar o televisor e escapar do pesadelo. Novamente recorrendo às metáforas de extremo bom gosto, digo que minha inconformidade perante a paixão do brasileiro pelo carnaval, sobe a vasta escadaria do foda-se, até alcançar, à duras penas e esbaforida, o topo do Vá à merda Hotel & Cassino.

Como já disse aqui, tenho a mais profunda aversão à subcultura e seus incontáveis adeptos e difusores. As paixões do brasileiro soam-me como uma profunda desilusão amorosa. Cachaça, futebol e carnaval estão para o progresso de uma nação assim como uma caixa de antidepressivos está para armário de banheiro do Sérgio Mallandro. Ele não precisa disso; ele tem cocaína. Quem tem cocaína só recorre a antidepressivos quando ela acaba.




...merda. Calma, é brincadeira. Let me go, man!And leave my dog out of this!
(dois dias, R$ 1.850.00 de fiança, e um processo por difamação depois...)

Somos frutos de nossas paixões ridículas – paixões que nos conduzem diretamente à ignorância e a subserviência. Como uma minúscula e insignificante “ovelha negra” pastando (pra caralho) no imenso campo da publicidade, digo-lhes que tudo aquilo que é “feito” /realizado com o intuito de agradar à todos, é uma tremenda bosta. Impossível prestigiar eventos que têm como objetivo tão-somente deixar o povo ainda mais idiota e alienado.

Este é o brasileiro – um eterno amante do nada. Não lê nada, não sabe nada, não se interessa por nada, e a nada contesta. Vivendo única e exclusivamente por suas três paixões, ele não ganha nada em troca, ainda que se sinta disposto a celebrar o “prêmio”, frente às câmeras, sem vestir nada. Ele não tem samba no pé; tem micose – e mais nada.



Status – A vida continua a cada dia mais chata. Talvez saia com a Kátia (hihihi) na sexta. Need a better job.
Escutando – O melhor cd de 2010 (e, em minha modesta opinião, o melhor trabalho deles desde o sensacional “Eat the heat”, de 1989) ganhou seu primeiro single, e, consequentemente, seu primeiro clipe. Aliás, em março eles estarão por estas bandas:

http://www.youtube.com/watch?v=_RzBp6sGju4

PS –Veado com tanga de pele de leopardo... Tsc, tsc... Condolências à Charles Darwin.

3 Comments:

Anonymous KKKKK said...

Falou tudo,pra variar. Morrendo de saudads... I miss having fun with ya..
8375873587582857824 kisses.
S2

1:03 PM  
Blogger Julia Brunken said...

Acho legal que você tenha ficado "de bem" com a Kátia. Só quando você mencionou que era amizade colorida que eu entendio motivo de tanto vai-e-vem...no bom sentido, claro! (ou não, heheheh)

8:45 PM  
Anonymous Nizi said...

hahaha... esta juventude... cracks me up.

1:17 PM  

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