2 in 1: SintoNIZado (Everything Created and written By Nizi Silveira).
-Sabe, há ocasiões em que me constrange ser tão óbvio. Mas eu agüento o tranco.
Tatuagens: tema sugerido pelo leitor Anônimo.
Na minha não-tão-longínqua época, “farmácia” já não era escrita com “ph”, cigarro não era artigo de luxo, e as tatuagens ainda representavam o apogeu da rebeldia. Pudera: eram mais um adereço inerente ao rock e ao meu amado (e outrora temível) heavy metal, junto com as camisetas, jaquetas de couro e o cabelão. Hoje em dia, frases como “eu tenho tatuagem” e “eu tenho dois mamilos” compreendem em revelações proporcionalmente chocantes. Portanto, tenho profundo orgulho em dizer que NÃO tenho tatuagem, e tampouco ambiciono. Ah, e meus mamilos vão bem, obrigado.
Jovens esquecem ou ignoram (... e lá vem uma constatação constrangedora de tão óbvia) que o primeiro e único passo rumo ao “ser (ou parecer) diferente” consiste em não fazer o que todos fazem. Sim, eis a única transgressão digna de menção: a inovação.
Não suficiente, sinto-me no dever cívico de repreender as inúmeras jovens lindinhas que fazem questão de aderir ao modismo execrável, confundem “estilo” com “estupidez”, e deixam suas peles branquinhas, macias e aveludadas muito similares aos muros urinados das borracharias de Osasco. Por que não ser a “jovem não-idiota, não-ignorante, que não é superficial, não age feito puta, tampouco cai no papo de qualquer um, e que consegue ver claramente a diferença entre ser jovem e ser infantil”? Custa-me imaginar demonstração mais rara de originalidade. Fica a dica.
Sabe, completei 27 anos recentemente, e resolvi dar novos moldes à minha rebeldia de vanguarda. Aos 10 anos, quis ser a criança precoce, assistindo filmescom doses cavalares da mais estarrecedora putaria voltados a faixas-etárias superiores. Aos 15 anos quis ser o adolescente bacana e sociável, dono de uma farta coleção de jogos eletrônicos (*terminei gordo, recluso, anti-social. E nerd). Aos 20 anos, percebi que não importa o número de escolhas que temos ao nosso dispor, porquanto todas elas convergirão em obrigações banais e insuportáveis (nunca duvidem disso). Aos 25, constatei, mesmo nunca tendo sido rabugento e resmungão, que a vida é essencialmente chata - é preciso ser demasiadamente impaciente e impressionável para apreciá-la. Em outras palavras: não desfruto a vida satisfatoriamente por não conseguir me impressionar com qualquer porcaria. Please, hug me now.
Agora, aos 27 anos, recolho o fiapo de rebeldia que me resta, e tento expandi-lo deixando minha idiotice o mais imperceptível possível. Uma certeza eu tenho: embora seja fácil, isso nunca virará tendência. Please, hang me now.
POST2: O homem D’antena (By Nizi Silveira).
Dias atrás os aficionados por imprensa marrom tiveram a chance de acompanhar (ao vivo, e em alta-definição de “ibágem”) a “dramática” história do fulano que escalou o topo de uma antena, visando (supostamente) transformar-se em purê de fulano. Eis uma idéia de “cosplay” que faz ainda menos sentido.
Bem, eu acompanhei. O Datena, como esperado, também. Já a Palmirinha, que tanto entende de purês, repudiou a mera possibilidade de engrossar seu livro com esta nova (e indigesta) variação. Mudou de canal, optando por prestigiar um leilão de inofensivos tapetes persas made in Taiwan.
Tamanho egoísmo querer atrair a atenção do Estado só para si. Contudo, eu teria sido mais prático e sutil: deitaria no meio de alguma movimentada rodovia com as roupas untadas em Super-Bonder, levando o bordão “daqui não saio, daqui ninguém me tira” a novos (e assustadores) níveis de interpretação.
Era-me tão óbvio que o tal fulano não iria se matar, como me é evidente que a novela que a Rede Globo transmitirá em 2.796 terminará com cenas de um casório. Mas tampouco visava o fulano colocar um imenso pedaço de Bombril no topo da antena - atitude que certamente o tornaria benquisto pelas matronas noveleiras de sua região.
Enfim, realizou um mero rapel que causou extrema comoção e exasperação em José Luís Datena, ele que, embora acredite prestar grandes serviços ao populacho, desconhece esta “grande realidade” a seu respeito: pobre nunca comete suicídio. Portanto, fique sossegado. Ele mata aos outros, bem sabes Datena, mas carece da humildade necessária para perceber-se como dispensável à sociedade e ao mundo. Poderia emprestar-lhe um pouco da minha, mas pobre tampouco possui o hábito de devolver o que lhe é emprestado.
Pode estar debaixo do viaduto, com uma dezena de rebentos maltrapilhos para criar, bebendo água da chuva, mas agarra-se à vida com a mesma voracidade com a qual agarraria um prato de feijoada, ou um pôster do Alexandre Pires.
Ah, daria milhões (se possuísse) em troca de metade deste doentio amor pela vida – ou para estar em sintonia com esta inacreditável falta de humildade. Tanto faz.
Status – Kinda sleepy. Where’re the Pimpa bros? Miss’em. Ausente por uns tempos.
Lendo – “Cassino Royale” (Ian Fleming). Primeira aventura de Bond, James Bond. Na metade.
Recomendado – O livro “Se não entenderes eu conto de novo, pá”. Coletânea de crônicas do humorista português Ricardo Araújo Pereira.
Recomendado – Funny stuff! (double edition)
https://www.youtube.com/watch?v=bDyq0u2vAc4
https://www.youtube.com/watch?v=FY0xGSugf44
Escutando: Hoje, algumas (ótimas e palatáveis) sobras de 2012 (*nunca antes postadas aqui):
Quatro faixas sensacionais (e viciantes) do não-menos-sensacional (e viciante) disco “Unbreakable”, que ficou com a medalha de bronze de Melhor disco do ano passado. Aumente:
https://www.youtube.com/watch?v=8YpWjraAJPc
https://www.youtube.com/watch?v=NOVRcLTI_M8
https://www.youtube.com/watch?v=5TdBQlHSS4o
Mais um single do disco “Firewind” (2012), cujo videoclipe não postei anteriormente:
https://www.youtube.com/watch?v=IUqRv30FIaQ
Paul Stanley (que, em minha opinião, é o maior frontman da história do rock) completou 61 anos, no último dia 20. Não suficiente, o KISS completa 40 anos de carreira em 2013, e, como hoje estou fazendo um apanhado de lançamentos do ano passado, segue uma faixa do disco “Monster” (não postada aqui anteriormente):
https://www.youtube.com/watch?v=4EPRJO-KUF4
...e a quarta faixa que extraio de “Unbreakable”, uma baladinha:
https://www.youtube.com/watch?v=KIbeb0b9PJQ
PS – Como assim “tatuagem não muda o caráter”? A partir do momento em que o sujeito faz de tudo para mostrar que possui tatuagem, já está com caráter mudado (*excetuam-se aqueles que já não possuíam caráter antes de fazerem uma tatuagem. Estes permanecem iguais).
PS – Após ter assistido a alguns episódios da série “The walking dead” (*em breve uma resenha), pergunto: Como pode um zumbi, que tem a musculatura putrefata, andar, correr e até pular muros? (By N.S).
PS – Fato: O avô de um amigo meu é tão antiquado que abre o Microsoft Word com um pé-de-cabra (By N.S).
PS – Descobri que a socialite Narcisa Tamborideguy construiu seu império graças ao sucesso que alcançou sendo promoter de retardo mental. E tem diversos discípulos competentes como Kléber Bam-Bam, Sérgio Mallandro, Lula, Latino, Luciana Gimenez, etc...
PS – Acreditem se quiser: Arnold Schwarzenegger, aos 66 anos de idade, voltou aos filmes de ação. Olha, ele bem que poderia exterminar o futuro, desta vez, em benefício próprio. Não falta muito para que Deus lhe diga “Hasta la vista”(By N.S).
Tatuagens: tema sugerido pelo leitor Anônimo.
Na minha não-tão-longínqua época, “farmácia” já não era escrita com “ph”, cigarro não era artigo de luxo, e as tatuagens ainda representavam o apogeu da rebeldia. Pudera: eram mais um adereço inerente ao rock e ao meu amado (e outrora temível) heavy metal, junto com as camisetas, jaquetas de couro e o cabelão. Hoje em dia, frases como “eu tenho tatuagem” e “eu tenho dois mamilos” compreendem em revelações proporcionalmente chocantes. Portanto, tenho profundo orgulho em dizer que NÃO tenho tatuagem, e tampouco ambiciono. Ah, e meus mamilos vão bem, obrigado.
Jovens esquecem ou ignoram (... e lá vem uma constatação constrangedora de tão óbvia) que o primeiro e único passo rumo ao “ser (ou parecer) diferente” consiste em não fazer o que todos fazem. Sim, eis a única transgressão digna de menção: a inovação.
Não suficiente, sinto-me no dever cívico de repreender as inúmeras jovens lindinhas que fazem questão de aderir ao modismo execrável, confundem “estilo” com “estupidez”, e deixam suas peles branquinhas, macias e aveludadas muito similares aos muros urinados das borracharias de Osasco. Por que não ser a “jovem não-idiota, não-ignorante, que não é superficial, não age feito puta, tampouco cai no papo de qualquer um, e que consegue ver claramente a diferença entre ser jovem e ser infantil”? Custa-me imaginar demonstração mais rara de originalidade. Fica a dica.
Sabe, completei 27 anos recentemente, e resolvi dar novos moldes à minha rebeldia de vanguarda. Aos 10 anos, quis ser a criança precoce, assistindo filmes
Agora, aos 27 anos, recolho o fiapo de rebeldia que me resta, e tento expandi-lo deixando minha idiotice o mais imperceptível possível. Uma certeza eu tenho: embora seja fácil, isso nunca virará tendência. Please, hang me now.
POST2: O homem D’antena (By Nizi Silveira).
Dias atrás os aficionados por imprensa marrom tiveram a chance de acompanhar (ao vivo, e em alta-definição de “ibágem”) a “dramática” história do fulano que escalou o topo de uma antena, visando (supostamente) transformar-se em purê de fulano. Eis uma idéia de “cosplay” que faz ainda menos sentido.
Bem, eu acompanhei. O Datena, como esperado, também. Já a Palmirinha, que tanto entende de purês, repudiou a mera possibilidade de engrossar seu livro com esta nova (e indigesta) variação. Mudou de canal, optando por prestigiar um leilão de inofensivos tapetes persas made in Taiwan.
Tamanho egoísmo querer atrair a atenção do Estado só para si. Contudo, eu teria sido mais prático e sutil: deitaria no meio de alguma movimentada rodovia com as roupas untadas em Super-Bonder, levando o bordão “daqui não saio, daqui ninguém me tira” a novos (e assustadores) níveis de interpretação.
Era-me tão óbvio que o tal fulano não iria se matar, como me é evidente que a novela que a Rede Globo transmitirá em 2.796 terminará com cenas de um casório. Mas tampouco visava o fulano colocar um imenso pedaço de Bombril no topo da antena - atitude que certamente o tornaria benquisto pelas matronas noveleiras de sua região.
Enfim, realizou um mero rapel que causou extrema comoção e exasperação em José Luís Datena, ele que, embora acredite prestar grandes serviços ao populacho, desconhece esta “grande realidade” a seu respeito: pobre nunca comete suicídio. Portanto, fique sossegado. Ele mata aos outros, bem sabes Datena, mas carece da humildade necessária para perceber-se como dispensável à sociedade e ao mundo. Poderia emprestar-lhe um pouco da minha, mas pobre tampouco possui o hábito de devolver o que lhe é emprestado.
Pode estar debaixo do viaduto, com uma dezena de rebentos maltrapilhos para criar, bebendo água da chuva, mas agarra-se à vida com a mesma voracidade com a qual agarraria um prato de feijoada, ou um pôster do Alexandre Pires.
Ah, daria milhões (se possuísse) em troca de metade deste doentio amor pela vida – ou para estar em sintonia com esta inacreditável falta de humildade. Tanto faz.
Status – Kinda sleepy. Where’re the Pimpa bros? Miss’em. Ausente por uns tempos.
Lendo – “Cassino Royale” (Ian Fleming). Primeira aventura de Bond, James Bond. Na metade.
Recomendado – O livro “Se não entenderes eu conto de novo, pá”. Coletânea de crônicas do humorista português Ricardo Araújo Pereira.
Recomendado – Funny stuff! (double edition)
https://www.youtube.com/watch?v=bDyq0u2vAc4
https://www.youtube.com/watch?v=FY0xGSugf44
Escutando: Hoje, algumas (ótimas e palatáveis) sobras de 2012 (*nunca antes postadas aqui):
Quatro faixas sensacionais (e viciantes) do não-menos-sensacional (e viciante) disco “Unbreakable”, que ficou com a medalha de bronze de Melhor disco do ano passado. Aumente:
https://www.youtube.com/watch?v=8YpWjraAJPc
https://www.youtube.com/watch?v=NOVRcLTI_M8
https://www.youtube.com/watch?v=5TdBQlHSS4o
Mais um single do disco “Firewind” (2012), cujo videoclipe não postei anteriormente:
https://www.youtube.com/watch?v=IUqRv30FIaQ
Paul Stanley (que, em minha opinião, é o maior frontman da história do rock) completou 61 anos, no último dia 20. Não suficiente, o KISS completa 40 anos de carreira em 2013, e, como hoje estou fazendo um apanhado de lançamentos do ano passado, segue uma faixa do disco “Monster” (não postada aqui anteriormente):
https://www.youtube.com/watch?v=4EPRJO-KUF4
...e a quarta faixa que extraio de “Unbreakable”, uma baladinha:
https://www.youtube.com/watch?v=KIbeb0b9PJQ
PS – Como assim “tatuagem não muda o caráter”? A partir do momento em que o sujeito faz de tudo para mostrar que possui tatuagem, já está com caráter mudado (*excetuam-se aqueles que já não possuíam caráter antes de fazerem uma tatuagem. Estes permanecem iguais).
PS – Após ter assistido a alguns episódios da série “The walking dead” (*em breve uma resenha), pergunto: Como pode um zumbi, que tem a musculatura putrefata, andar, correr e até pular muros? (By N.S).
PS – Fato: O avô de um amigo meu é tão antiquado que abre o Microsoft Word com um pé-de-cabra (By N.S).
PS – Descobri que a socialite Narcisa Tamborideguy construiu seu império graças ao sucesso que alcançou sendo promoter de retardo mental. E tem diversos discípulos competentes como Kléber Bam-Bam, Sérgio Mallandro, Lula, Latino, Luciana Gimenez, etc...
PS – Acreditem se quiser: Arnold Schwarzenegger, aos 66 anos de idade, voltou aos filmes de ação. Olha, ele bem que poderia exterminar o futuro, desta vez, em benefício próprio. Não falta muito para que Deus lhe diga “Hasta la vista”(By N.S).