quarta-feira, dezembro 29, 2010

Special: Retro-X-pectiva 2010 (Created and written By Nizi Silveira).

Tenho minhas tradições, querido; tenho sim. Comer goiabada às quartas-feiras, caçoar das inúmeras imprudências perpetradas por meu querido amigo Gustavo, tentar sanar-me da caganeira causada pelo excesso de goiabada, ser estuprado por minha cachorra, prestigiar o bom e velho heavy metal, ligar para o SAC da fábrica de goiabada para proferir boa parte de meu repertório de impropérios, andar pelas ruas com o ombrinho de fora (sexy as hell), e, last (but not least), fazer minha retrospectiva de um ano que se vai.
Ironicamente, 2010 é um ano que já está indo embora - pergunto: coincidência? I don’t think so. No ano passado, o ano também foi embora. Duvido que seja apenas mera coincidência. Arrisco um palpite: 2011 também acabará um dia. Tenho quase certeza.

Anyway,

Tire a champanhe da gaveta (convenhamos: aí não é lugar para guardar champanhe), tire seu pai, seu namorado e seu irmão do armário (já passou da hora, né?), vista sua esposa bonitona, interesseira e oportunista com aquela calça de lycra (razão pela qual você deixou-se iludir), ofenda-se com o que foi dito acerca de seu pai, seu namorado, seu irmão e sua esposa, aposte num ‘look’ cafona e em trejeitos espalhafatosos (like Amaury Jr), e vamos lá:

O 2010 de Nizi Silveira:



-Meu aniversário foi uma tremenda bosta. Ganhei alguns telefonemas e um ótimo livro (Thanks again, Pimps). Nada de bolo ou guaraná - sim, nem um puto dum guaraná. Quanto custa um guaraná, for Christ’s sake?
- Na faculdade, estava “tomando pau” em tudo, concorrendo com nomes do quilate de Márcia Imperator, Sasha Grey (so cute...such a waste) e Mônica Matos. Bebo para esquecer. No meio do ano, reaparece ‘blondie’, a loirinha que era da minha sala na faculdade – música de revelação bombástica, por favor.

Sabe, me odeio na mesma proporção em que era louco, obcecado por ela – vê-la era a melhor parte do dia, como fiz questão de confidenciar a um amigo. Há uns dois anos atrás (quase três), eu a vi se agarrando com um Dêividy Créoderçoun da favela, em pleno metrô Vergayro, e morri consideravelmente. Inclusive, se procurarem, encontrarão um pedaço de mim, apodrecendo na plataforma daquela maldita estação metroviária. Após a aprazível visão, lembro que faltei às aulas por uma semana. Sim, que você não ouse, mero mortal, subestimar a intensidade de minha idiotice. Poucos desempenham o papel de palhaço tão bem quanto eu – e poucos sobrevivem a ele com tanta categoria as well.

Ela viajou, a ausência diminuiu o que eu sentia, e daí retornou para me assombrar, mais incrível e egocêntrica do que nunca. Só a superei por completo, quando assisti a uma super-produção do Youtube, onde ela aparece rebolando e se oferecendo para outros afortunados filhos bastardos do Tiririca, que mesmo não conseguindo fazer uma simples redação de quarta-série, saem pelas ruas orgulhosos de uma “malandragem” que não possuem - exceto, claro, se “malandragem” consistir em fumar bosta de cavalo prensada, passar ferro na aba do boné, escutar cds de R$7.90, vestir-se como um gari da prefeitura, falar apenas de futebol, e chorar e gaguejar na frente de um policial militar, quando abordado.

Nah, I don’t think so. Trabalho social tem limite,‘blondie’.

Acredite: sua ausência foi responsável por 70% das Dps que garanti na faculdade. Minha burrice foi mera coadjuvante, pode apostar.
Goodbye. You were just a big, painful and useless mistake.
Espero realmente que seus pais (caso você os tenha) se empenhem com mais afinco e devoção na árdua (e tardia) tarefa de educar-lhe, quando saírem do coma.
Leia, blondie.
Sua cabeça não serve apenas para ser pintada de amarelo ou para o sexo oral em pivetes analfabetos, filhos de jagunços vindos do cu do mundo. Um pouquinho de cultura, inteligência, bom-senso e nível nunca matou ninguém – e dou-lhe uma piscadinha super-sensual. Claro, a boa, velha e eficaz “surra de pai” também lhe seria de extrema valia.
A vida não consiste apenas em comprar sapatos e trocar de celular a cada seis meses, ok? E confesso que tampouco vejo sentido em usar quilos de maquiagem, comprar roupas caras, pagar caro para estudar, viajar ao exterior, conhecer outra cultura, para, poucos dias depois, rebolar para/com maloqueiros, e sair pelas ruas com ares de superioridade, no dia seguinte.
Peraí, né…menos hipocrisia seria bom.
Sua piscina está cheia de ratos, e suas idéias não correspondem aos fatos (*entenda literalmente, por favor). Cérebro acima de tudo.
Um presente, blondie:




…apaixonou, né? Tenho certeza…

Compreendo sua revolta para com estas breves linhas. Tudo o que acabo de dizer também foi dito um dia às amigas de minha querida Kátia. Elas riram, ignoraram, e receberam exatamente o que eu havia previsto. Espero que seu desfecho seja diferente.

ADEUS

Há quem me pergunte “Nizi, porque você não gosta de ‘balada’ e gente jovem?”.
Por que?
Porque por mais louco que eu seja, ainda não cheguei ao ponto de conversar com paredes. Se o indivíduo não tem absolutamente nada a acrescentar na minha vida, pra quê, Ó Deus, pra quê perder tempo, concorda? Nunca precisei de companhia para ficar em silêncio, that’s for sure.


Continuando...

Fiz inúmeros trabalhinhos publicitários; you know, a man’s gotta eat. Eu não quero vestir terno para trabalhar. I’m not 60, ok? I’m not gay. Recebi e-mails lisonjeiros do patrão, porém, quando esperava por um jantar romântico, com uma proposta tentadora sussurrada ao pé do ouvido, acompanhada por uma mão peluda sobre a coxa, fiquei deveras decepcionado. Bad, bad “servo”: No mão peluda for you, Mister Silveira.

-Li pouco em 2010 (*snif):

Memórias – a menina sem estrela” (Nelson Rodrigues).
Orgulho e preconceito” (Jane Austen).
Wunderblogs.com” (vários).
O livro dos insultos” (H.L Mencken).
Tocaia Grande – a face obscura” (Jorge Amado). Faltando poucas páginas para o término, o livro desintegrou-se.
Ficções” (Jorge Luís Borges) – O que mais gostei.
Eu sou Ozzy” – biografia oficial do madman. Ganhei de natal, e já terminei. Talvez faça uma resenha, no futuro. Stay fucking tuned.

...and some more... Compensarei meu déficit em 2011. Prometo.

- Comemoramos o aniversário de meu querido amigo-irmão Otável num bar, e assisti ao show do ‘Runs and Gozes’ pela janela da casa dele. Hic!
- Meu amigo Gustavo, mais uma vez contrariando o bom-senso e seus escassos adeptos e difusores, iniciou um tórrido relacionamento com uma piveta junkie, mãe-solteira, e frequentadora de raves. Foi traído apenas 758 vezes. Menos mal. Escutar os amigos? De jeito nenhum, né, Gustavo?
- Eu e Kátia realçamos a coloração de nossa amizade once again, visando momentos ‘super-perfeitooos’(imitando ela), repletos de ‘mão no peitinho’(no meu, no caso. Sim, minha própria mão, em meu próprio peito. Patriotismo fora de contexto), palhaçadas ridículas e constrangedoras, diálogos tão cretinos quanto memoráveis, extensas conversas, e encoxadas estratégicas contra a pia da cozinha. Nas tardes chuvosas, fazíamos lindas planilhas no Excel, ao som de Seu Jorge – so NOT boring.
Evidentemente, tudo isso contou com o anal, digo, com o aval, de meu querido, amado, e idolatrado Sérgio, o pai de Kátia – um dos empresários, digo, um dos seres humanos (afinal, é preciso diferenciar) mais admiráveis, baixinhos, calvos e bonachões da história recente, de acordo com o instituto “I love you, man”. Sérgio é sósia oficial de Hercule Poirot (hahaha).
-Suddenly, Kátia, a eterna cabeça-dura, voltou a fazer as mesmas besteiras de antes, causando revolta e comoção em Nizi e Sérgio, que discutiram e aconselharam, pero, sem alcançar êxito. Terminei. Todo um País chocado.
- Joguei bastante pôker, chegando em segundo lugar na maioria das vezes. That’s pretty Barrichellish.
- O apuradíssimo e inquestionável senso-crítico de nosso culto povo, optou pela substituição de um presidente analfabeto, vindo de um partido cuja única mudança significativa que promoveu foi na área da corrupção, por uma mulher desconhecida. Mulher? Bem, estou sendo gentil. O brasileiro gosta do PT mais do que gosta de tambor ou de banana; a exegética da frase fica por sua conta.
- Morre de câncer, aos 67 anos, Ronnie James Dio, o melhor vocalista que o Black Sabbath teve, em minha humilde opinião, e o tenor absoluto do heavy metal. Perdemos também o sensacional humorista Leslie Nielsen, um de meus maiores ídolos de infância, morto aos 84 anos, o mestre Luís Carlos Alborghetti, Orestes Quércia, e “Buzininha”, a gatinha (animal) de minha irmã mais velha. O apelido “buzininha” (all rights reserved) foi evidentemente dado por Nizi Silveira, que notou a semelhança que o pequeno, carinhoso e adiposo bichano possuía com uma buzina de bicicleta. Apertei tanto a coitada... Talvez tenha sido eu quem a matou.





- Oh, shit...

- Assisti ao show do Aerosmith na íntegra, e gratuitamente. O telão ao lado do palco estava apontado para a calçada! Gritei “fuck me, Steven”, mas ele não escutou. Ainda bem.
- Meu amigo Gustavo, o sumo sacerdote da imprudência, destruiu a antiga televisão de sua tia. Escutar os amigos, Gustavo? De jeito nenhum, né? Preferível ser um corno destruidor de Tvs.
- Meu simplório aparelho de Mp3, após ter sobrevivido a três enxurradas, dois violentos choques contra corpos celestes e uma invasão Viking, finalmente parou de funcionar. Passei três longas e insuportáveis semanas escutando apenas uma massa inaudível, fusão de barulho urbano com papos de gente chata (oi), em minhas andanças por esta metrópole.
- Eu e meu querido irmão ‘Pimpa’, assistimos ao derradeiro e decepcionante episódio de “Lost”, cujo péssimo epílogo parece ter saído de um livro da Zíbia Gasparetto.
- No começo de novembro, a querida Kátia me vem com um tardio pedido de desculpas, que, por ser tardio, não foi contemplado com a atenção pela qual ansiava.




Oh, give me a fucking break, will ya?

- Plantei um pé de tomate no quintal, e já colho os frutos. Já atirei alguns contra mim mesmo, inclusive.
- No natal, sem dúvida, o evento mais natalino do ano, fui presenteado com mais uma dose cavalar de frustração. Havia pedido como presente um busto de Juca de Oliveira, feito com argila e farinha láctea, embrulhado em papel-manteiga, e com ameixas pretas representando os olhos. O que ganhei? Um computador novo – e completinho, para piorar. Pergunto: o que eu faço com isso? Cada idéia, viu...puta merda...

(Love ya Leila, love ya Pimpa and Pimpa jr).

Não presenteei nenhum de meus amigos com ‘scraps’ de “Boas festas”. Em 2007, havia enviado a todos a mensagem ‘Feliz natal para todo o sempre’, visando justamente escapar desta responsabilidade até o fim de meus dias. Portanto, se você, prezado amigo meu, se sentiu carente, basta lembrar de 2007.

O BATE-BOLA.

Melhores coisas que assisti:

A série “Boardwalk Empire” – a ascensão da máfia italiana nos Eua, durante a lei-seca. Não assisti a todos os episódios, mas o que vi foi suficiente para atestar sua qualidade. Dirigida por Martin Scorsese.
A série “Roma – ascensão e queda de um império”. Mistura documentário e dramatização. Divertida, educativa e muito bem-feita.
As duas temporadas da série “Epitáfios”. Melhor série de suspense que já vi. Só isso.
O documentário “Ancient Aliens”. Produção do History Channel; melhor série de documentários sobre ufologia que já vi. Sensacional.

HIGH-5: Melhores cds de 2010:

1-) “Blood of the nations” (Accept).
2-) “Ironbound” (Overkill).
3-) “Insurrection Rising” (Savage Messiah).
4-) “ The final frontier” (Iron Maiden).
5-) “Scream” (Ozzy Osbourne).


Concluirei este post especial, deixando-lhes algo que, se lido, assimilado, difundido e nunca esquecido, será capaz de promover incríveis e benéficas mudanças no mundo. Nada de imbecilidades como “hoje a festa é sua, hoje a festa nossa” ou “o futuro já começou” – enough with this bullshit. It makes me fucking sick.
Eis o presente:

OS MEUS TREZE MANDAMENTOS - extremamente adequados ao século XXI, diga-se de passagem. Imprima, encaderne ou emoldure, se possível (Created by a proud Nizi Silveira):

1- Não pule ondinhas por um ano melhor - pule Tsunamis por um mundo melhor.
2- Penso, logo existo - e sofro por ambos, na mesma proporção.
3- Ser um exímio escritor não está em minha breve lista de metas. Ter a certeza absoluta de que escrevo melhor que o Presidente da República, já me satisfaz. Pouca coisa? Não, de forma alguma. Pense: se em algo tão vital quanto elementar, consigo ser melhor que ele, imagine no resto... Lógica, meus filhos.
4- Jamais, sob hipótese alguma, confunda “sucesso” com “talento”, e “dinheiro” com “mérito”.
5- Quem valoriza a beleza interior, é decorador de ambientes, por outro lado, quem valoriza a beleza exterior, é pintor de paredes.
6- Para as mulheres fúteis e vazias (que não são poucas, infelizmente): ler, em pleno século XXI, é extremamente constrangedor. Faça melhor: escute funk. Ser chamada de “cachorra” por um carioca analfabeto, suburbano e desdentado, é mais do que você merece. Mas, se porventura, um indivíduo inteligente vier a gostar de você, não o humilhe, e não se preocupe: as chances disso acontecer novamente são praticamente nulas.
7- Só porque não te agrada, não quer dizer que seja mentira. Lembra de Cristo? Pois é.
8- Nunca ande com alguém que saiba menos que você. Seria como estar ungido em urina e lavar-se com vômito. Pura perda de tempo.
9- Se você não usa a cabeça, ao menos não discrimine quem o faz. Admire, venere, “pague-pau”, sem medo de errar. Se o gênio for gordo, manco e caolho, não pense “credo, ele é gordo, manco e caolho”. Pense: “sendo gordo, manco e caolho, ele faz coisas que poucos conseguem fazer, e diz coisas nas quais nunca pensei”. O real coitado é você: andando, vendo, e, mesmo assim, não servindo para porra nenhuma. Andando sem percorrer, e vendo sem enxergar.
10- A melhor maneira de criticar aquele que possui opinião própria, não é ofendendo, mas, tendo (e expondo) uma opinião contrária. Conteste.
11- No Brasil, existem poucos feios que não são só feios, mas muitos belos que são apenas um rosto.
12- O que define a vagabunda é a intensidade do otário que a acompanha. Quanto maior ele for, mais vagabunda ela é.
13- Se merda de cachorro virar uma iguaria, ou a tendência do momento (falta pouco), prestigiada por milhões de pessoas ao redor do mundo, lembre-se de que, independente do grau de aceitação, independente de estar na capa das revistas, nos rádios, na Tv, ou sobre um prato de porcelana e coberto com mel, continua sendo merda de cachorro, e merda de cachorro sempre será.



See ya fucked-up dumb faces in 2011 – if you’re lucky enough. Only posts in german from now on. Or not.

Do eterno mestre, com carinho:

http://www.youtube.com/watch?v=ho7BUFeAj48

terça-feira, dezembro 21, 2010

2 in 1 – Tv and it’s friends and foes (Everything Created and written By Nizi Silveira).

POST1 -> Groovy, baby, yeah: The unexpected guest (By Nizi Silveira)

-Apenas para constar…

Semana passada, durante mais uma madrugada de pura insônia pensando em você (sim, altruísmo), ligo a televisão. A Rede Globo transmitia a atração “Som Brasil”, que deveria mudar o nome para “Son Risal”, pois consegue ser tão desagradável quanto uma caganeira provocada pelo consumo excessivo de doce de abóbora. Aliás... nada.
Se você acha que artistas como Gilberto Gil, Caetano Veloso, João Bosco, Toquinho, Zakk Wild, Djavan e Milton Nascimento, são chatos pra cacete, é porque provavelmente ainda não viu e ouviu os tributos feitos a eles na atração em questão – a mais nova geração de pentelhos fanhos munidos de violas de rosewood (*quase que escrevo “rosebud”, you know, that word from the “Citizen Kane” movie) prestando suas homenagens, dando uma nova roupagem (ainda mais chata) à clássicos da MPB; músicas que são capazes de entediar um cágado manco do Parque da Juréia, ou um homem em estado vegetativo, se, claro, de boné laranja.
No episódio que assisti, o homenageado era o superestimado Chico Buarque, dono de uma voz extremamente comum, perito em escrever letras compostas por uma sucessão quase infinita de metáforas/comparações esdrúxulas:

Seus olhos são do azul do céu numa manhã de setembro, refletido sobre as águas límpidas de um córrego na Nazaré Paulista de 1874, e sua boca é tão vermelha e apetitosa quanto a maçã do Éden, que foi mordida por Adão e Eva, originando o pecado original, numa ultrajante demonstração de desobediência e insubordinação para com a Divina Providência, e seu corpo... bem, ele é legal. Da hora”.

Quando enfim me vieram os primeiros bocejos, e o programa já ostentava um nível de chatice superior ao de uma palestra sobre os hábitos alimentares das tribos nômades da Abissínia, subiu ao palco um ídolo de minha infância, baby. Mulherengo, debochado, e, para minha total e absoluta surpresa, fã-confesso de Chico Buarque...



Sim, Austin Powers! Quem diria...




POST2-> Alienação: Contatos imediatos de centésimo septuagésimo primeiro grau (By Nizi Silveira).




NOTA:
Um larápio competente é aquele que vive se aperfeiçoando, ou se re-inventando. Temos o dever cívico de orgulharmo-nos de nossos larápios, de nossos “adoráveis larápios”, para ser mais específico. São poucos os brasileiros com tamanha coragem e criatividade. Pense: quantos homens de meia-idade do interior de Minas Gerais pensaram em colocar uma coroa de espinhos de plástico sobre a cabeça, para então, forjar um macarrônico sotaque aramaico, e proclamar-se filho do Criador frente às câmeras? Quantos pensaram em forjar um sotaque aramaico? Quantos de fato conseguem? Pense no trabalho que dá, for Christ’s sake!
Indivíduos assim merecem incessantes ovações, pois levam o bom e velho nonsense to the next level. Há quem não tenha 1/10 desta inventividade, desta audácia, vista um terno, se proclame presidente através de um carregado sotaque sergipano, e vire ídolo, referência.
Que a justiça seja feita.


Ao ligar a tv, semana passada, me deparei com Urandir Fernandes.
O suposto médium que, não menos supostamente, mantém contato com inteligências extraterrenas, era presença costumeira nos mais variados programas sensacionalistas que infestavam o horário vespertino da tv aberta, lá pelos idos de 1998/99. Eu, um adiposo (pero, sensual) adolescente na época, me assustava com seus relatos inacreditáveis, enquanto saboreava meu Miojo Panco de galinha caipira, secava o suor da pança na camiseta, para, horas mais tarde, deleitar-me com o “007 – Goldeneye” do Nintendo 64, ou assistir “Tango & Cash – os vingadores”, no “Cinema em casa”, do SBT.
Ah, saudade...
Urandir Fernandes possuía um modesto sítio, que era frequentemente visitado e iluminado por canetas-laser, ainda que ele insistisse em classificá-las como “discos voadores comandados por membros de uma sofisticada civilização da constelação de Alfa-Centauro”. Sim; antes do “Homem do Rá”, com os flashes de máquina fotográfica que lhes saiam das mãos, antes de “Tiazinha” e seu disco voador da Goodyear, antes da adolescente sérvia que chorava cristais, antes de Elba Ramalho e seu desenfreado consumo de Canabis, que lhe ocasionava visões de duendes e seres intra-terrestres, tínhamos Urandir Fernandes, com suas canetas-laser made in Taiwan, e seus relatos fascinantes de fazer inveja a mestres do Sci-fi. Atestando a bizarrice, vídeos de baixíssima qualidade e evidências fotográficas dúbias. Bem, vale lembrar que naquela época ainda não existia “Big Brother”, de forma que indivíduos ociosos dispondo de câmeras de vídeo, ou filmavam casamentos e batizados, ou fabricavam falsos discos voadores embrulhando Lps Erasmo com papel alumínio e jogando para cima, para filmar e exibir na tv, na base do “...e seja lá o que Deus quiser”.

Ainda que também tenha sido desmascarado e caído no total descrédito, Urandir Fernandes, ao contrário da maioria dos hilários e adoráveis falsários do começo da década de 90, que se contentavam apenas em aparecer na tv e receber um modesto cachê de cinqüenta cruzeiros (quantia hoje equivalente a duzentos bilhões de reais), é um indivíduo de muita persistência. Sua mais nova ‘invenção’ o trouxe de volta aos holofotes (lembrando que “holofotes” # “discos voadores”); trata-se do alienígena “Bilú”, que embora dotado de inteligência superior, aparentemente não se importa com o nome de poodle de madame que lhe deram.
Bilú” é baixinho e carismático; tem voz de desenho animado, mas um português muito mais fluente e inteligível que a maioria destes alienígenas vindos de galáxias como Maranhão e Piauí, e que são vistos aos milhares em São Paulo.
Tal como um tarado sorocabano, “Bilú” só se manifesta à noite, e no meio do mato. Diz ter mais de quatro mil anos de idade, ainda que a máscara da 25 de março que compõe seu rosto sugira muito menos. Faz diversas previsões sobre o futuro da raça humana, e presenteia seus ouvintes com lindas passagens, provavelmente extraídas do livrinho “Minutos de sabedoria”, que pode ser adquirido por míseros R$11.90 no saldão de qualquer livraria Saraiva.
O que Urandir Fernandes ganha com isso? Influência - sim, acredite se quiser. Seu “Projeto Portal”, uma espécie de CDHU para ets, já conta com centenas de patrocinadores, que constantemente travam violentas batalhas onde só o mais idiota sobrevive. Até hoje ninguém morreu.
Meu lado Sônia Abraão (revoltado e melancólico), diz:

Gente, é uma pena ver um assunto tão sério e fascinante quanto a ufologia sendo “prostituído” - explorado de forma tão grosseira. No próximo bloco, revelações bombásticas sobre Caso Mércia. Sim, pra variar.

Voltando para o modo Nizi Silveira...
Com Urandir Fernandes, o Beto Carreiro dos alienígenas, a busca por respostas não cessa nunca:
Quem são eles? São reais? Para onde vamos?”.

Para onde vou, não sei – mas sei exatamente para onde mandar Urandir Fernandes...

Sua última “aparição”? Foi no palco Superpop, atração onde atributos como inteligência, bom-senso e vergonha na cara são frequentemente abduzidos e descartados em algum ponto longínquo do espaço...

...e tudo isso convergindo num autêntico contato imediato de centésimo septuagésimo primeiro grau – ou simplesmente “171”.
Sci-fora – e feliz natal.



Status- Ok! Acredite se quiser: a fórmula secreta da Coca-cola foi divulgada pelo Wiki-leaks. Estou tomando Coca-Cola caseira feito um filho da puta. Fontes oficiais de água mineral me garantem que ganharei um mega-presente natalino. Ontem, completou-se três décadas da morte do genial Nelson Rodrigues.
I need a better job.
Lendo- “Salambô” (Gustavo Flaubert).
Escutando- O “niver” (I’m such a teenager) de Jesus Cristo se aproxima, portanto, separei duas lindas cançonetas onde seu santo nome se faz presente...

http://www.youtube.com/watch?v=k-WjOjqixgA
(dispensável dizer o quanto eu amo estes caras. Tenho a discografia completa).

...e, como de praxe, uma baladinha sensacional (bom, esta todos conhecem...vem diretamente de um dos melhores álbuns de hard-rock da história. Digo mais: se eu fosse fazer uma lista com os 500 melhores cds de hard-rock de todos os tempos, “Slave to the Grind”, de 92, ficaria entre os 3 finalistas; é uma obra-prima):
http://www.youtube.com/watch?v=KVrNCtUNfmc&playnext=1&list=PL9C01E118D469BCD4&index=50






PS- Gostou de meu falso “aliás”, no primeiro post? Aquele “aliás” é como nossas vidas; não nos conduz à lugar algum.
PS- Diga repetidamente “Ufo fofo”, e perceba o bem-estar que esta frase proporciona. De nada.
PS- Homens em estado vegetativo de boné laranja estão mais propensos ao tédio. Bom, mas isso você já sabia. Certo?
PS- *escuta-se um arroto*.
PS- Próximo post: Retrospectiva 2010 - os fatos, as fotos e os fetos purpurinados que brilharam na minha vida, no ano que ta “hino” (Osasco’s vocabulary).

segunda-feira, dezembro 13, 2010

“Março” – A Nonsense chronicle (Created and written By Nizi Silveira).

NOTA- Há tempos não escrevo nada 100% nonsense neste blog. Bem, é chegada a hora.
Vale lembrar que este e muitos outros estão presentes no meu primeiro livro, intitulado “As I lay down with Ron Jeremy” (ou “Lá bemol e as ceifadeiras dos seus cabelos”, nos Eua), à venda nas melhores livrarias em edição pocket e/ou capa-dura. Na edição de capa-dura o título muda para “Cofee, rolling thunders and busted personel” (ou “Queijadinhas renascentistas e seus visigodos insones”, nos Eua).

Enjoy it (e leia rápido, de preferência).




Ricardo Fernandes analisava toda e qualquer situação com a destreza de quem remove pomada de arnica da ferida purulenta do antebraço de um cunhado eslovaco numa das muitas tardes ensolaradas de março. Coincidentemente, esta era uma delas.
Sua esposa, Maria Joana, herdeira de muitos hectares de terra batida na periferia de Bertioga, perambulava pelos quatro cantos da casa, envolta em mistério e papel camurça azul-marinho. Sobre o papel camurça, justificava-se dizendo em tom austero: “é porque dá vontade de arranhar, né, querido...”.
Dorival da peixaria não resistia ao ver Maria Joana descendo a ladeira, com a sapatilha de cobre polido, fragmentos do fêmur de Ulisses Guimarães adornando-lhe as sobrancelhas e as genitais, e assoviando antigos sucessos de Jerry Adriani. Com ares de canastrão, ofertava-lhe desde sardinha à paz mundial, ainda que ela aceitasse apenas o usual: três quilos de paz mundial - e sem espinhos, de preferência.
Há muito desconfiava da relação da mulher com o peixeiro. Quando a janta acabava, o mundo continuava em guerra. Não apreciava o aroma de lavanda que os peixes exalavam, e tampouco tinha paciência para com os trocadilhos de Dorival:
Muito 1963 pro meu gosto” – dizia, enquanto espetava a laringe com uma agulha de tricô mentolada, tal como fez Heitor, O benemérito, séculos antes, durante a libertação da Moldávia.

Temendo pela própria vida, em meados de 82, Dorival mudou de profissão. Começou a vender abraços. Quem comprasse um por trezentos mil, ganhava gratuitamente um Porsche Carrera Turbo. Muitos anos mais tarde, seria classificado pela revista Forbes como o executivo mais carinhoso e bem-sucedido do século. Morreu de tendinite no ano passado.
Contando com uma vasta lista de problemas pessoais do caso reto e oblíquo, Ricardo Fernandes finalmente entrou para o E.R.R.A (Estapeadores de Rádio-Relógio Anônimos), visando perder esta sua antiga e desagradável mania, que tanto assustava as inocentes doninhas desavisadas que sobrevoavam os pântanos, com tampas de garrafas Pet presas ao bico. Alcançou tamanho êxito na empreitada, que, em míseros dois meses, parou de estapear o rádio-relógio, e passou a estapear a esposa.

“Bom, menos mau” – disse seu médico, um verdadeiro acadêmico do Salgueiro, quando soube da boa-nova. Congratulou seu paciente enviando-lhe uma cesta repleta de objetos pontiagudos e cortantes fabricados em inox. Acompanhando a cesta, uma nota onde se lia:
Talvez ajude.
Eternamente seu,
Médico
”.


Maria Joana, já com o rosto parcialmente desfigurado pelos constantes tapas, exteriorizava a felicidade dando pulos exagerados em sofás com estampa floral, e arremessando lamparinas de querosene contra pilhas de feno e idosos estrábicos da Praça Cornélia. Comprou um pôster autografado por Quintino Bocaiúva 632, o qual mimava com óleo de peroba às quartas e sextas, e furou o globo ocular esquerdo com um vistoso estilete, visando evitar o mau-olhado. Engarrafava o pus que lhe escorria sobre o pescoço, e utilizava-o para alimentar alguns órfãos do sudeste asiático, que dormiam ao som de lindas sonatas executadas com o auxílio da campainha da porta da vizinha.
Aliás, que vizinha...
Grande e desajeitada; usava um espécime raro de taturana africana sobre a boca para simular um bigode, e gostava de ser chamada de Doutor Medeiros.
Que mulher...
Suddenly, o rosto desfigurado de Maria Joana não mais surtia efeito nos homens da região. Todos queriam Doutor Medeiros, com sua saia rodada, suas meias repletas de pequenos desenhos de cefalópodes, sua bengala de madrepérola, os pêlos grisalhos que pendiam de suas axilas, e sua conhecida arritmia cardíaca, que lhe fazia desmaiar todos os sábados, das 14:35 às 15:27, com uma pontualidade britânica.
Impressionado com a beleza de Doutor Medeiros, excitado com a rigidez de suas ancas e sua sensualidade latente, Ricardo Fernandes se masturbava enquanto vendia a mobília.
Quando interrompido pela esposa, enervava-se a ponto de beijá-la, e ameaçava cortar a verba que destinava à compra de óleo de peroba para o pôster de Quintino Bocaiúva, 632.
Vendo o estado do marido (sólido), Maria Joana passou a orar àquele profeta que, há muitos milênios atrás, serviu pilhas alcalinas aos apóstolos, e lhes disse:
“Comam, pois este é o meu corpo”.
Os apóstolos mais devotos morreram; os menos devotos pediram a conta, foram embora, e hoje moram em suntuosas coberturas em Ômegaville, a Alphaville dos ricos que vestem túnica.

Doutor Medeiros, provocante como sempre, untava batentes de porta com cream-cheese, não tendo nada além de uma folha de palmeira para lhe cobrir as redundâncias. Num discreto e romântico jantar à luz de velas de filtro, cedeu à proposta feita por Ricardo Fernandes, que lhe mordiscava o queixo e dizia-lhe coisas indecorosas, num tom provocante:

Você gosta disso, vagabunda?

...e doutor Medeiros concordava com a cabeça, e dizia:

Sim, sim. Evidente”.

Não mais passava tempo com sua esposa que tanto empenho teve em desfigurar-se para agradá-lo. A prestativa esposa que lhe salgava o café todas as manhãs, e que emparedou o primogênito durante a exibição de um jogo do 15 de Jaú.
Ricardo Fernandes entregou-se aos prazeres do sexo extraconjugal. Lambia o teorema de Pitágoras que Doutor Medeiros tinha tatuado na nuca, e que era encoberto pelo colar de pérolas. Nus, trocavam juras de amor eterno, figurinhas do álbum da Copa, e teses behavioristas.

Promete que vai me amar para sempre?”.

...e doutor Medeiros concordava com a cabeça, e dizia:

Sim, sim. Evidente”.

Desamparada, solitária e melancólica, Maria Joana pagou com balas cítricas o melhor mestre-de-obras da região para que lhe construísse um telhado, visando atirar-se por de cima dele. O suicídio efetuou-se em 93. Ainda me recordo do alvoroço: uma sucessão de “puta que o pariu” em tom de pura inconformidade ressoava, abafando o canto dos canários belgas. No velório, água gaseificada, polenta aperitivo, e freqüentes críticas ao despótico governo Guatemalteco - aliás, adoro esta palavra. Sempre adorei.

Há muitas milhas dali, Ricardo Fernandes e Doutor Medeiros levavam uma vida incrível, porém, feliz. Abriram uma mercearia apenas pelo prazer de fechá-la juntos; durou pouco mais de 2 minutos. Ambos largaram o cigarro para ver se o maço era capaz de pular quando em atrito com a calçada. Era sim.
Regurgitavam risoto para armazenar no bolso interno de seus respectivos paletós – bem ao lado do coração. Escatologias que constam nos melhores e mais duradouros romances.

Quando uma crise de arritmia cardíaca vitimou fatalmente Doutor Medeiros, em 99, Ricardo Fernandes se transformou no mais infeliz dos homens. Contatou seu antigo médico, visando desvencilhar-se da intensa depressão, e este lhe enviou uma cesta repleta de rádios-relógio. Acompanhando a cesta, a seguinte nota:

Talvez ajude. Todos eles estão precisando de alguns tapinhas...
Eternamente seu,
Médico
”.

Deste dia em diante, Ricardo Fernandes analisava toda e qualquer situação com a destreza de quem remove pomada de arnica da ferida purulenta do antebraço de um cunhado eslovaco numa das muitas tardes ensolaradas de março. Coincidentemente, esta era outra delas.

...e guardo este memorando dentro de uma imensa gaveta onde se lê, cunhada em metal, a palavra “Março”.


Status- Ok! Saudades do Lu, do Ju, do Arthur, da Kátia, da Bebel, do pessoal da facool, e da professora Karina (*e suspiro apaixonado por 797 vezes consecutivas. Ou talvez seja bronquite asmática). Mudei meu perfil do Orkut - tô exausto.
Escutando- Uma das maiores e mais influentes bandas de heavy metal da história (35 anos de carreira, mais de 100 milhões de discos vendidos), que, infelizmente, irá pendurar os coturnos em 2011...bem, como o natal se avizinha, uma música apropriada:

http://www.youtube.com/watch?v=tcdJcrGJ97M

(calma...é brincadeira...hehe).

...e uma baladinha sensacional deste mesmo maravilhoso cd (um dos melhores da carreira deles, na minha modesta opinião. Minha irmã adora esta música...):

http://www.youtube.com/watch?v=F7mQp7oAjm4&feature=related




PS- Guatemalteco, guatemalteco, guatemalteco, guatemalteco, guatemalteco, guatemalteco, guatemalteco, guatemalteco, guatemalteco, guatemalteco, guatemalteco...pronto; satisfeito.
PS2- Querido Nizi, existe uma grande probabilidade destes seus supostos suspiros apaixonados serem, in factum, crises de bronquite asmática. Apareça em meu consultório o quanto antes para um check-up.
Eternamente seu,
Médico.

terça-feira, dezembro 07, 2010

2 in 1: Black humor ‘n’ old fashion ANGER (Everything Created and written By Nizi Silveira).

POST 1-> A little black humor, ya know (By Nizi Silveira)

Cássia Eller: “Eu só peço a Deus um pouco de malandragem, pois sou criança e não conheço a verdade...”.
Deus: “Shut up. You’re a junkie lesbian”.

POST2-> People and things that can really PISS ME OFF (Created and written By Nizi Silveira)

- Hello, angry/weird/fucked-up people worldwide…ready 2 kick some fucking ass?

No episódio de hoje:
Romances de época (gênero cinematográfico).


Não foram poucas vezes em que tive de assistir a estas produções cinematográficas estereotipadas, monótonas, previsíveis e inverossímeis, visando tão-somente apetecer à minha querida Kátia (ex), que é fanática pelo genro, digo, pelo gênero. Mas, se por um lado apeteci Kátia, me emputeci do outro...

Na grande maioria destes filmes, as atrizes principais são lindas, e sempre interpretam o estereótipo da “boa moça/mulher do campo”. São ingênuas (mas sem serem idiotas), delicadas (mas sem serem egocêntricas e insuportáveis), pudicas (mas sem serem cheias de frescura), gostosinhas (mas sem serem vulgares), cultas (mas sem serem chatas e cansativas), conversam com passarinhos (mas sem serem débeis mentais), rezam antes de dormir (mas sem serem carolas), lêem poesias (mas sem serem piegas e cafonas), e correm nuas e em câmera lenta pelos campos floridos (mas sem contrariar as leis da física). Resumindo: são o sonho de todo homem e o orgulho toda sogra. A perfeição personificada: a vida pode ser uma bosta descomunal, mas ao lado de uma mulher assim, cada minuto vale a pena.
Os galãs normalmente são sujeitos, que, em termos de estética, ficam entre o rústico e o afeminado, como o Sawyer da extinta série “Lost”: É metido à cowboy malvado, mas, ao mesmo tempo, faz chapinha no cabelo - algo capaz de extrair um “êta porra”, proferido à plenos pulmões, por qualquer espectador com um pingo de senso-crítico, bom-senso, e outros raros atributos separados por tracinhos (ex: amor-próprio, self-respect, pão-de-ló, etc...).

- SOBRE O ENREDO PREVISÍVEL DOS FILMES DE ROMANCE:

A essência é basicamente esta:

A mocinha angelical, descrita há pouco, tem uma infância feliz ao lado de seu melhor amigo, o menininho bonzinho e compreensivo (Hi!). Crescem, e o espectador espera que eles se casem, sejam felizes para sempre and all that silly clichê crap. No entanto, surge no bucólico vilarejo um forasteiro monossilábico com cara de “foda-se”. A mocinha angelical se apaixona perdidamente pelo incógnito sujeito, que a seduz sem fazer o menor esforço. Trepam no meio do matagal, sentindo insuportáveis formigas vermelhas percorrendo seus respectivos rêgos, e tendo uma musiquinha instrumental melancólica como trilha sonora. A cena é observada pelo sujeito bonzinho e compreensivo, que perde por completo a vontade de viver, e, portanto, se torna um de meus melhores amigos. We sure have a lot in common... I’ll buy you a cup of cofee someday, son.
Daí, uma guerra eclode e o forasteiro vai embora, deixando a mocinha com um filho no bucho, um pé tatuado on the back of her sweet little fucking ass e um agradabilíssimo odor de sêmen seco. Ela, desamparada e com medo de ser contemplada com os rótulos preconceituosos (e justos) dos demais habitantes da erma cidadezinha, se casa com o sujeito bonzinho e compreensivo, que, eventualmente, se torna um marido amoroso, fiel (sí fodeu curintchááá!), e um pai exemplar. Muitos anos mais tarde (ou duas horas e quarenta e cinco minutos depois...), o forasteiro retorna, e o marido, convenientemente, morre.
O filme recebe múltiplas indicações ao Oscar, mas só ganha na categoria figuração, graças ao talento de Nizi Silveira, que interpreta um simpático e simplório vendedor de figos na memorável e relevantíssima cena 177:

Bom dia, moça” – and that was it.

No final das contas, é só mais um filme sobre uma mulher volúvel, idiota e indecisa, que não sabe se impor, e um escroto bonitão e omisso que se dá bem, mesmo não dando a mínima. Portanto, simplesmente ignoro toda esta merda, aperto ‘Stop’ no dvd, olho para você e digo-lhe, com os dentes cerrados:
Filmes de romance really PISS ME OFF.



Status- Grooving’n bitchin (What? what you mean? Is that good?). I still need a better job. Eu estou tão fodido financeiramente, que mandei uma carta ao Papai Noel pedindo um selo para colocar na carta que enviei, e que provavelmente não chegou por não ter selo. Enviei também uma segunda carta me desculpando pela primeira. Esta sim tinha selo. Sou um pobre-tão complexo.
Lendo- “Salambô” (Gustavo Flaubert). Aliás, quer comprar?
Escutando- Novo cd, novo clipe do novo single. Para ser sincero, eu não consigo ser fã destes caras; eles desperdiçam talento. Um dos melhores guitarristas do mundo (a melhor cópia de Eddie Van Halen que o mundo já viu, diga-se de passagem. A melhor cópia daquele que, indiscutivelmente, é o melhor guitarrista da história), um baixista inacreditável (presença garantida na banda de Steve Vai), e, no entanto, só fazem musiquinhas para menininhas adolescentes (“hihihi...ti dólu muitooo!”). Bom, segue o link mesmo assim:
http://www.youtube.com/watch?v=NyH6wuahb1k

Segue também um clássico do Van Halen – para desinfetar (hehe):

http://www.youtube.com/watch?v=g0XLKcMoXRE

"Sit down, Waldo!"

PS- “Campos fluoridos”= Colgates brotando do chão. Já pensou? Resultaria num monte de toupeiras sem tártaro. Nevermind; I’m drunk. I have a lot of cute visions when I’m drunk, ya know. Everything is cute when you’re drunk, ya know. Even you, ya know.
PS- Kátia: querida ou ex-querida? No próximo bloco.