quarta-feira, junho 26, 2013

Baile de máscaras: O relato de uma decepção (By Nizi Silveira).




Os (poucos) que sabiam o que queriam, os que não tinham tanta certeza, e aqueles que poderiam estar matando, poderiam estar estuprando, mas que, desta vez (e para noooossa alegriááá) apenas atentaram contra o patrimônio público e privado, para manter a “brasilidade” (*entenda-se: o primitivismo) aguçada e atualizada. Eis os três segmentos, os três tipos de indivíduos vistos nas recentes, pujantes, histéricas e históricas manifestações populares ocorridas nos quatro cantos do Brasil.

Contudo, enquanto alguns atribuíam os problemas do País às lixeiras, às vidraças, aos muros e às simpáticas bancas de jornal, tamanha a violência que lhes foi dispensada, a “maioria pacífica” cometia seu costumeiro e execrável vandalismo moral – originando um autêntico freak-show, apenas percebido por alguns poucos jornalistas argutos. E por mim.

O jovem maconheiro classe-média dizia-se cansado da violência – da violência que patrocina a cada novo “baseado” adquirido.

A jovem princesinha rogava por melhor educação – mas era difícil imaginá-la longe do “gramúr” do “pancadão”, ou das micaretas e raves, eventos que praticamente exalam inteligência e promovem o bom-senso. Fácil, é imaginá-la engravidando precocemente de qualquer um, e exigindo melhores creches. Contagem regressiva...

O menos abastado exigia cultura (entenda-se: roda de pagode + futebol + cerveja). Já os inúmeros cartazes onde li “Mais amor, por favor”, na certa, eram brandidos por sujeitos que apenas queriam sexo sem compromisso... E beijar muuuuuito.

Uma horda que demonstrava imenso repúdio à determinada emissora de TV dissipou-se rapidamente, para não perder a novela e o jogão.

Enfim, faltou muito pouco para que víssemos Latino, Michel Teló e Gustavo Lima unidos, exigindo (em uníssono) mais qualidade à música brasileira, Mulher-melancia exasperando-se contra o déficit de encefálica das mulheres-objeto, nossos pais protestando contra a omissão e a inércia, Lula protestando contra a inversão de valores (a mesma que transforma meros metalúrgicos analfabetos em presidentes), coalas insurgindo-se contra os bichos-preguiça, as paredes protestando contra os tijolos e o cimento, as árvores manifestarem-se contra a madeira, o pau contra o saco, e o cu contra a bunda. Conjunto de cenas possíveis, dada a conjuntura, que deixariam “Zorra Total” ainda mais sem-graça, e os comentários de Ronaldo, O anômalo, digo, O “fenômeno”, ainda mais incoerentes.

Para minha profunda decepção, o que vi foi um grande baile de máscaras. Os mascarados do cotidiano enfurecidos contra os mascarados que elegeram democraticamente, sem qualquer zelo ou critério mensurável. E não poderia concluir sem citar as emissoras televisivas que tiveram suas unidades móveis de transmissão incendiadas, pois estamos falando de manifestações planejadas via redes-sociais, tão valiosas à democracia quanto emissoras de TV.

Uma minoria audaz e racional logrou êxito em seu protesto contra o aumento das tarifas viárias e faz-se digna de aplausos e ovações. Já a “maioria pacífica” e o “bonde dos cabeças-chatas” constrangeram-me com a sua previsibilidade, sua mesmice. Rasguei meu cartaz com a estampa “Mais leitura, por favor” - e não mais protestarei contra erros ao lado das pessoas erradas.

Embora o mundo atual não careça de informação, carece de cultura. Só a cultura trará o debate à informação obtida, e combaterá os problemas de forma eficaz, através da apresentação de novas idéias e sugestões, afinal, convenhamos: qualquer um consegue exigir, berrar ou vandalizar.

Não basta sentir os abusos perpetrados apenas na pele ou no bolso. É preciso senti-los na cabeça – e com a cabeça. Em outras palavras, se tais abusos (perpetrados pela minoria gerente) são graves e freqüentes, é porque somos duzentos milhões de idiotas muito bem informados. E que a falta de humildade da massa (que anseia por grandes mudanças, mas que, infelizmente, jamais mudará seu jeito de ser) traduza-se como esta execrável idiotice, este imperdoável primitivismo que a caracteriza. E caracterizará.



Status – Ok. Trabalhos publicitários fucking me hard. Saudades do Pimpa e Pimpa Jr. Ausente por uns tempos.

Relendo “Salambô” (Gustavo Flaubert).

Recomendado – Funny stuff!

http://www.youtube.com/watch?annotation_id=annotation_551274&feature=iv&src_vid=C8TSvkYgUO8&v=RJN8gwV-q-I

Recomendado – Encheção de linguiça: Mencionei, recentemente, minha fascinação pela Segunda Guerra Mundial; fascínio que se estende a determinadas franquias de simuladores/jogos eletrônicos. Abaixo, cenas de um de meus favoritos; extremamente realista e imperdível (for Xbox 360):

https://www.youtube.com/watch?v=6hBX4ngp4QE

Escutando – Mixing things up (again):

Novo clipe, novo single. Mais um concorrente a Melhor CD de 2013:

http://www.youtube.com/watch?v=_sMIQToKF8I

Não lembro se esta já foi postada aqui, então...

http://www.youtube.com/watch?v=qZb_HkNBo-w

Nunca postei nada da fase obscura da maior banda de heavy mental do mundo. Portanto... (*letra inspirada
na obra homônima de William Golding, já recomendada aqui):

http://www.youtube.com/watch?v=iS7qykdXX8Q

Maybe the biggest classic from the King of Texas (na guitarra base, "Bolinha" do Pânico, daqui há 20 anos. Reparem):

http://www.youtube.com/watch?v=Zh0iDVsmLqw

...e concluindo, uma baladinha (bem brega):

http://www.youtube.com/watch?v=hHG1S-I2xao



PS – Não sei se vândalos gostam de jazz, mas uma coisa é certa: eles adoram praticar sax (By N.S).

PS – É sempre assim: toda vez em que ameaço ter um pingo de admiração por Dilma, ela estraga tudo. Durante os protestos, não tardou em ligar para o “Super Zero”:

Dilma: “Estamos enfrentando protestos em várias capitais do País! Ajude-me, Super Zero!”

...e lá veio Lula, o “Super Zero”, com preciosos conselhos administrativos, destes que só um metalúrgico cachaceiro e analfabeto consegue dar (By N.S).

PS – Imagine Lula escrevendo “Google” (By N.S).

PSFato (e em bom português): olhar bundas nunca garantiu foda a ninguém (By N.S).

terça-feira, junho 18, 2013

Brazil: No more Mister Nice Guy (Edição extraordinária By Nizi Silveira)

-Quem diria: O gigante adormecido despertou. Claro, não que faltassem motivos para isso.




Cansado de samba e futebol, não mais encarando bundas e rebolados com tanto embasbaque, e olhando visitantes com indiferença – a mesma indiferença que lhe é dispensada por seus governantes e pelos países de primeiro-mundo. Na onda de protestos ao redor do País, conheci o lado racional dos meus compatriotas; o lado que analisa, discerne, contesta, reivindica – e protesta. Terei agora que protestar contra a conta abusiva do ortopedista, tamanha a quantidade de aplausos que lhes dispensei.

Baderna, caos, vandalismo – eis algumas das designações dadas a estas autênticas, estóicas e memoráveis demonstrações de cidadania. Injúrias provindas da classe-média inerte e da elite usurpadora, de onde saem também hordas de jornalistas sensacionalistas milionários, supostos “amigos do povo”, observando-nos das alturas dos helicópteros - e sempre através de vidros blindados. Aumente a conta de IPTU de suas mansões, ameace os imensos lotes de terra que possuem em cidades do interior, e serão eles os insatisfeitos, os vândalos, os baderneiros...

Torçamos. Não pela Copa, ou pelo Corinthians; pela reforma da consciência coletiva. Torçamos para que o clamor popular seja sempre audível e pragmático.

Joguemos. Não o futebol que nos é esperado. Joguemos fora todo o “pão e circo”, estratagema que sempre nos quis (e sempre nos teve) bestificados, alienados, ignorantes, cativos – e alheios aos nossos próprios problemas.

Por último, peço para que a presidente comemore: uma nação que protesta, é uma nação pensante. O primeiro passo rumo à educação foi dado, ainda que com a falta de sutileza de um chute. E que, desta vez e nas próximas, policiais militares substituam a vontade de usar a arma pela necessidade de usar a cabeça. Os que tomaram as ruas eram jovens, muitos deles, jovens universitários, que deixaram claro que esta geração não será ludibriada tão facilmente quanto foram as gerações precedentes. Esta mesma juventude, semente do futuro, constatou finalmente que não há sentido em estudar, se o intuito é manter o rótulo de “País do futebol” inalterado aos olhos do mundo. Sim, a “paixão nacional” foi finalmente vista tal como é: mero entretenimento dominical, o que imediatamente fez com que as necessidades mais básicas do povo emergissem do mar de indiferença e descaso.

O País acordou Nação. Que daqui pra frente nossos maiores êxitos sejam logrados fora de campo.

By Nizi Silveira.

- As tradicionais seções deste blog não constarão neste post, porquanto este é uma edição extraordinária.

quarta-feira, junho 12, 2013

Blitzkrieg’s back... ALL RIGHT! (By Nazi Silveira)

- O leitor Anônimo propôs-me o seguinte desafio: devo incorporar o papel de chefe de Estado brasileiro e, perante uma iminente ameaça nazista, discursar aos meus compatriotas. Eis o discurso:




Povo brasileiro,

A tirania e a opressão estão em marcha, trazendo consigo as ignomínias da guerra. Do berço esplêndido, erguemo-nos. O brado retumbante dos filhos desta Pátria já encobre o pranto das horas sombrias que virão, já encobre os urros bestiais de nossos inimigos, paladinos da desavença, promotores do caos. Que estes descendentes de bárbaros saibam que somos uma nação livre, e que lutaremos como tal. Com a esperança em nossas almas, a razão em nossas mentes, não e nunca sob égide despótica, mas o sob o jugo de nossa consciência, sempre a ditar-nos o que é bom, correto e justo.

A marcha que vem ao nosso encontro não nos devolverá aos grilhões, à chibata. Mostrar-se-á o passo trôpego dos que padecem com os efeitos da imprudência – ou da insanidade. A nuvem tempestuosa será dissipada pelos raios fúlgidos do Sol da liberdade.

Às armas, brasileiros!

Presidente Nizi Silveira, maio de 1945.


Status – Feelling pretty heroical today – and unmotivated. Ausente por uns tempos.

Recomendado – O “Dia D”, famigerado desembarque das Forças Aliadas nas praias da Normandia, que mudou os rumos da Segunda Guerra Mundial, completou 69 anos no último dia 6. Fanático pela Segunda Guerra Mundial como sou, posto abaixo um dos milhares de documentários imperdíveis que já vi sobre o assunto:

https://www.youtube.com/watch?v=9hhU5nOgIyQ

Recomendado – Funny stuff! (*destaque para o solo de corneta)

https://www.youtube.com/watch?v=VmyiTy-9JsQ

Escutando – Yeah... another incredible compact mix:

Os inventores do meu amado-idolatrado-salve-salve heavy metal voltaram com tudo. Eis o novo clipe/single (que já encabeça o topo das paradas em diversos países da Europa):

https://www.youtube.com/watch?v=OhhOU5FUPBE

Agora, faço um pequeno tributo a uma de minhas bandas de cabeceira. Vovôs insuperáveis; Biff Bylford (vocalista) continua imbatível, mesmo beirando espantosos 70 anos:

https://www.youtube.com/watch?v=WIEmHlk3WXE

https://www.youtube.com/watch?v=N0yt5MDwVcY

https://www.youtube.com/watch?v=uPPEsdkZPj4

Um clássico ao vivo (comprei este DVD dias atrás):

https://www.youtube.com/watch?v=2ueCJAG0nXo

...e concluo com uma baladinha maravilhosa do CD que ficou com a medalha de prata de Melhor de 2012 (*nunca antes postada):

https://www.youtube.com/watch?v=WysxPy5PXYc


PS – Tive a atitude mais rebelde da história brasileira: desliguei a TV na hora do amistoso Brasil X Inglaterra, mandando assim, de uma só vez, o povão, o governo, o Neymar, e a elite patrocinadora do evento à puta que os pariu. Peço: Sigam-me os bons (By N.S).

PS – Entrei bêbado num consultório odontológico, e o dentista não me atendeu, com medo do álcool (By N.S).

PS – Saudades da época em que ser caipira era algo escroto... (By N.S).

PS Fato: nunca consegui diferenciar rave de micareta. Ambos apresentam músicas escrotas e contêm alto contingente de débeis mentais (By N.S).

PS – Enquanto alguns são impotentes na cabeça de baixo, muitos são impotentes na cabeça de cima... (By N.S).

PS – De que adianta uma democracia que não me garante o direito cívico de ser intolerante? (Calma: consigo ser intolerante sem ser intolerável). By N.S.

PS – Promoção “Orou, ganhou!”. Afilie-se à Igreja do Divino Poder infinito, e concorra a 3 jet-skis, 5 carros e mais de 10 TVs Led Full-HD! Não dá pra banalizar mais do que isso, né? Vem pra cá, pelo amor de Deus! (By N.S).

PS Fato: a chance de vermos canários em gaiolas é infinitamente maior que a chance de vermos canalhas engaiolados (By N.S).

PS – Idéia revolucionária (by me): Cerveja em sachê.

PS – Idéia revolucionária (by me): Corrida de helicópteros.

PS – Uma (desagradável) ironia: Matar alguém aos 15 anos é absurdo, mas gerar uma vida humana aos 15 anos nunca foi visto como tal.