quarta-feira, julho 24, 2013

CGC: Curto & Grosso. E crível (Created and written By Nizi Silveira).

“A opinião que Nizi Silveira possui sobre a MTV Brasil” – mais uma sugestão do leitor Anônimo. Farei mais...





Fui grande fã da MTV Brasil, durante a adolescência. Fez minha cabeça e meus ouvidos (com certa reserva, evidentemente) de 1998 a 2001. Supria a falta de Serginho Groinsman no comando do extinto “Programa Livre” do SBT, o melhor programa voltado ao público jovem que já vi.

Tanto o “Programa Livre” pós-Serginho quanto a MTV Brasil pós-2001 cometeram a mesma falta: deixaram de ser melhor que o público. Sim, eis o que é “TV de qualidade” para este que vos escreve: entreter o telespectador, mostrando-se (e mantendo-se) sempre superior a ele. Anotem ou memorizem, por caridade.

A ânsia por falar o que o jovem fala, e pensar o que o jovem pensa, foi gradualmente transformando a MTV Brasil numa merda (*merda = o que jovem fala e o que o jovem pensa). Claro, começou com alguns modismos musicais execráveis, que tomaram a emissora de supetão, já em fins de 1998. Com a ascensão das insuportáveis boy-bands (*inúmeros grupos pseudo-musicais que hoje, quase duas décadas depois, não me surpreenderiam caso fizessem uma turnê conjunta por casas noturnas de Cubatão, cobrando um quilo de alimento não-perecível pelo ingresso), a MTV Brasil foi-se tornando tão dispensável quanto sua velha irmã norte-americana. Abraçou jovens pusilânimes, jovens sem personalidade, como o são todos os que aderem aos mais diversos modismos descartáveis, e, ao fazê-lo, acabou perdendo sua própria personalidade.

Durante boa parte dos anos 2000, o enfoque musical da emissora foi absorvido por atrações “teen”, reality-shows insípidos e videoclipes do “The Calling” e de Lou Bega (que ambos descansem em paz). Era comum ver meninas beijando, vendadas, baianinhos da Vila Carrão, no extinto “Fica comigo” (*anos mais tarde, os produtores da emissora se deram conta disso, e mudaram o nome da atração para “Beija Sapo”, muito mais adequado), embaladas por músicas do “The Calling” (continue descansando em paz, por favor).

As peripécias hilárias da dupla “Hermes & Renato”, que antes eram esquetes curtas de humor- pastelão-grosseiro apresentados durante os intervalos dos “Supernova”, e alvos de severas repreensões, como bem me recordo, tornaram-se o principal atrativo da emissora nesta época. Claro: a paródia feita por João Gordo e Ferrugem (que o ostracismo o tenha) ao “Fica Comigo” (intitulada “Pica no Umbigo”) também é digna de menção.

Suddenly, os belos traços de Cris Nicklas (hoje, com 88 anos) não eram mais irradiados pela tela, Fábio Massari não mais compartilhava seu vasto conhecimento musical com a audiência, Cazé Peçanha (atualmente na TV Bandeirantes) esfriava a careca na geladeira da Rede Globo. Sabrina Parlatore e Sarah Oliveira evaporaram, junto com o inexpressivo Leo Madeira (que só sorria ao falar do patético Radiohead) e a sensual veterana Marina Person. O amado (e minúsculo) “Fúria MTV” tornara-se lenda, tal como a estupidez carismática de João Gordo, e a revista que a emissora publicava. Banalizar o beijo heterossexual também não era mais “cool”.

Uma horda de “meninos(as) que beijam meninos(as)” surgiu, inundando a emissora com modismos musicais pertinentes à esta postura. Aqueles que antes caçoavam os integrantes das boy-bands, agora queriam ser iguais a eles – e com quase uma década de atraso...

A incursão do genial Marcelo Adnet melhorou o ambiente, e sua recente despedida fez com que alguns dos VJs remanescentes (destaque para Bento Ribeiro, Bruno Sutter, o veterano Thunderbird e Paulinho Serra) se empenhassem com maior afinco em nos mostrar que ainda existe talento na MTV pós-Adnet (*PC Siqueira also rocks). Em contraponto, temos a ignóbil atração “MTV Sem vergonha”, que por pouco não tenta convencer adolescentes estúpidas de que o estupro não é algo vil (dependendo dos atributos físicos do estuprador), e que o sentido da vida consiste em chupar pintos de desconhecidos efeminados em boates da Vila Olímpia...

Bem, concluo aqui este pequeno tributo à MTV Brasil. Sim, um eterno fã de heavy metal, justamente o tipo de indivíduo que sempre foi segregado pela emissora, prestando-lhe homenagem. O boato de que fechará as portas desagradou-me, mesmo não constando há tempos entre sua audiência; mesmo que o meu estilo musical predileto há mais de uma década jamais tenha precisado do seu auxílio para se promover e sobreviver. Fiz o que fiz por pura nostalgia.

Com seus prós e contras, a MTV Brasil é uma velha amiga. Não: uma velha colega. Não hei de impedir o seu adeus, mas tampouco deixarei de pedir para que fique mais um pouco...




Status – Kinda tired (e sem nada para ler). Ausente por uns tempos.

Relido (e novamente recomendado): “Salambô” (Gustavo Flaubert).

Recomendado – Enchendo linguiça, fique com a recriação (perfeita) da conquista da Ilha japonesa de Peleliu pelas tropas americanas, em 1944. Uma das muitas fases do imperdível jogo “Call of duty: world at war”, na versão do Xbox 360; jogo que, através da meticulosa pesquisa de seus criadores em museus militares ao redor do mundo, simula os últimos fronts da Segunda Guerra mundial (*incluindo a tomada do Reichstag pelos russos, em 1945) com um realismo inacreditável. Check it out:

http://www.youtube.com/watch?v=uCVxsyb7i14

Recomendado – Ícones do hard-rock (e uma de minhas bandas favoritas desde... sempre). Se apresentarão em outubro em São Paulo, no Monsters of Rock Festival. Enchendo linguiça, um sensacional solo de bateria do talentosíssimo vovô Tommy Aldridge (ex-Ozzy, ex-Dio), extraído do indispensável DVD “Live... In the still of the night” (2006):

http://www.youtube.com/watch?v=qC8jsDiV2tc

Recomendado - Funny stuff! (double edition):

http://www.youtube.com/watch?v=OztDqH44Vv8

http://www.youtube.com/watch?v=zJGc2lIcFLE

Escutando – Time 4 a short mix...

Novo clipe/single:

http://www.youtube.com/watch?v=3Is8BeZ3g8E

Novo clipe/single:

http://www.youtube.com/watch?v=fcGYjLLXIG8

...e, concluindo, uma baladinha manjada (nunca antes postada). Steve Vai na guitarra:

http://www.youtube.com/watch?v=79h9zoZkRJo


PS – Resta-me agradecer à MTV por não ter aderido ao sertanojo universi-otário, e por vinte anos sem jamais ter mencionado pagode e/ou Axé Bahia em sua programação.

PS – Chegou “Sacomã”: o primeiro sabonete íntimo masculino. Elaborado pelo Paula Vadão Institute (By N.S).

PS Fato: sempre tive “muito pena” de quem diz ter “muita dó” (By N.S).

PSPergunto: é “funk do complexado” ou “funk ostentação”? Sempre confundo... (By N.S).

PSEnquete: O que é mais constrangedor sexy – “pagar de favelado” ou de caipirão-moderninho-efeminado? (By N.S)

PS – Gráças ao PT, minha TV nova é maior que a antiga. Agora, resta-me saber o que isto tem a ver com “cidadania” (By N.S).

PS - Dilma deveria ficar grata pela espionagem americana. Pelo menos há alguém em algum lugar que se dá ao trabalho de escutá-la... (By N.S).

PS – Você só constata que há algo de errado com o Brasil quando, ao assistir um documentário sobre rituais e festividades vikings, percebe que tais são mais civilizados que o nosso carnaval (By N.S).

PSEvangélicos: cultura não é pecado, ok? (By N.S).

PS – Novo Gleidy quer saber - quem fede mais: o samba ou o sambista? (By N.S).



sexta-feira, julho 12, 2013

The spy who loved U S (By Nizi Silveira).


Se não fiquei nem um pouco surpreso com as “revelações” do ex-espião Edward Snowden é porque careço da ingenuidade requerida. Ora, sondas são enviadas a Marte, fotos em alta definição de exoplanetas são divulgadas regulamente; o B-2 (avião de caça stealth), exibido ao mundo durante a Guerra do Golfo, existia desde 1977. Portanto, supor que quem é capaz de feitos deste porte e magnificência não encontre dificuldades em monitorar meras conversas telefônicas e mensagens de texto, está longe de ser absurdo. Tampouco estranharia se fosse revelado que a hegemonia americana consolidou-se através da espionagem industrial, que as carismáticas redes sociais são meros componentes adicionais de um imenso (e genial) aparato de monitoramento global, ou que a real função da Nasa é eclipsar os olhos do mundo, enquanto a vigilância global e o desenvolvimento de novas tecnologias bélicas consomem a maior parte da verba astronômica que arrecada.

Ah, e já preconizo: não tardará para que o Projeto HAARP (um aparato de manipulação climática, desenvolvido numa base militar ultra-secreta, localizada no Alaska) venha à tona, para trazer ainda mais perplexidade ao mundo – e prolongar a duração dos meus bocejos.

O que realmente me surpreendeu foi o tratamento que as demais nações democráticas dispensaram à Snowden, que foi de mártir moderno a inimigo público com a rapidez de um extremista islâmico. Viram-no divino, mas não o suficiente para que abandonassem o culto ao bezerro de ouro.

Dilma exasperou-se:

“Monitoram o povo brasileiro? Vigiam as nossas instituições? Basta! Exijo explicações satisfatórias, pois isso, nem nós fazemos! Hunf!”

(*e ouviram-se ovações de todos os lados; do mais humilde ladrão de galinhas, ao mais ganancioso e inescrupuloso congressista. Os mais eufóricos arrancaram a camisa do corpo e giraram-na acima da cabeça).

De fato: maior que a capacidade americana de fazer tudo, só a nossa incapacidade de fazer qualquer coisa (By N.S).

Claro, para atenuar o mistério, é indispensável dizer que o ímpeto patriótico de Edward Snowden é digno de desconfiança. Alertou sua nação, mas igualmente realçou o antigo ódio de seus antigos inimigos, concedendo-lhes um motivo adicional para tal. Lobo em pele de cordeiro? Não seria exagero quebrar seu sigilo bancário para descobrir se existiram outras motivações por trás de sua atitude, além da crise de patriotismo mal-compreendido...

Quanto à espionagem ao Brasil, conformem-se. Tal estratagema, ainda que irreversível, sequer representa a ponta do iceberg. Ora, na Era dos drones, dos smart-phones, da internet sem-fio, impossível não assombrar-se apenas imaginando o quão incríveis (e bizarras) devam ser as genuínas “coisas lindas da América”, aquelas não estão ao alcance da nossa compreensão, das nossas mãos, dos nossos olhos, dos nossos bolsos...



Status – Kinda bored 2 day. Ausente por uns tempos.

Relendo“Salambô” (Gustavo Flaubert). Na reta final.

Recomendado – Funny stuff! A mexidinha de cabeça do repórter mexicano Gustavo Almodovár (que ocorre toda vez em que diz seu sobrenome) já entrou para o panteão de clássicos do Youtube:

https://www.youtube.com/watch?v=lBSCFjbfKtw

Escutando – Hoje, novidades all around, bitch:

Novo clipe/single (Great one, by the way. Participação de Edward Snowden):

https://www.youtube.com/watch?v=PZhqZAVGTqw

https://www.youtube.com/watch?v=aCuWWnDOeKU

Novo clipe/single:

https://www.youtube.com/watch?v=If9T_KfkDyI

E uma baladinha do CD "Steelhammer", lançado há pouco:

https://www.youtube.com/watch?v=jzuEntlXbPM



PS – Chegou “Aleluia”, o primeiro leite “pastorizado” (By N.S).

PSAcredite: passei “Nuttela” numa fatia de pão de forma “Nutrella” e o mundo não explodiu. Agora, o próximo passo é comer manteiga “Aviação” numa base da aeronáutica para ver o que acontece... (By N.S).

PS – Uma (desagradável) certeza: Pessoas padrão “Casos de Família” existirão neste País até o fim dos tempos (By N.S).

PSFato: se pedreiros e domésticas não se relacionassem, o “Brasil Urgente” teria apenas 40 minutos de duração (By N.S).

PS – O fato de Cristo sempre usar a mesma toga, indica a probabilidade dele não ter comparecido à (santa) C&A (By N.S).

PSUma ofensa (by me): Sua bunda é como um cinzeiro, onde qualquer um enfia a bituca.

PS – Mesmo numa emissora comandada por bispos e pastores evangélicos, Marcos Mion não consegue ter Graça. Oremos (By N.S).

PS – Um pensamento (by me): Sonho com o dia em que serei uma dona de casa viúva de 54 anos, pois sei que, neste dia, escutar música sertaneja fará sentido.

PS – Sherlock Silveira diz: não sei quem matou fulano ou sicrano, mas tenho certeza de que o assassino calçava tênis sem meia, bermuda florida, e seu boné (de aba reta) estava coberto pelo capuz do moletom. Quer apostar? (By N.S).

PSFato: Chorar a morte de um funkeiro é como sentir saudade de um cafetão que assalta padarias (By N.S).

PS – O fato do jovem funkeiro assassinado ter virado santo aos olhos da mídia televisiva, comprova o seguinte ponto-de-vista: funkeiro bom, é funkeiro morto (By N.S).