“O velho Tarit” – a nonsense post (Created and written By Nizi Silveira).
-O fiel leitor Anônimo pede-me, encarecidamente, um post
nonsense. Eat it:
O velho Tarit escolhera um lugar tão íngreme e longínquo
para dar o derradeiro suspiro, que muitos dos que foram render-lhe as últimas
homenagens morreram de exaustão no meio do caminho. Abutres devoravam os
cadáveres já putrefatos dos peregrinos na base da montanha, e nada do velho morrer.
Tarit, turco, faquir de buffet infantil, que fez fortuna esmaltando refrãos do
grupo Terra Samba em delicadas louças que grande sucesso faziam entre as castas
abastadas de Istambul, era também portador de mensagens místicas que, de acordo
com o próprio lhes “foram transmitidas
pelo espírito do mago Haztor, que hoje existe numa dimensão paralela, junto com
o Miojo de camarão, as atrações humorísticas de Jorge Fernando, a Fanta melão e
a Mesbla”.
Por via mediúnica, o mago Haztor dotou Tarit de um nível de
conhecimento que de há muito ultrapassara as raias dos mais estupefacientes
“puta que o pariu”; dos mais ensurdecedores “puta merda” exclamativos já
proferidos pelo gênero humano, desde os tempos de Atra-Hasis e Atahualpa. O
psicólogo transexual Walter Vanessa Camacho Renata, da PUC-Campinas, que por
anos trabalhou como lenhador e copeira nas muitas propriedades de Tarit, ainda
se emociona de forma viril e efeminada ao recordar-se momentaneamente das
palavras e/ou frases do amigo e/ou companheiro e/ou mestre - muitas delas (ou
talvez nem tantas assim) estarão reunidas no livro “Tarit: fofo & faquir”, a ser lançado num mês que certamente antecederá
dezembro.
A incapacidade de discorrer em sueco arcaico sobre o legado
filosófico de
Cálicles, Chairephon, Gorgias ou sobre a Teogonia de Hesíodo, o Enuma
Elish e o Kebra Negast em eritreu gaguejado e sussurrante (faltas intelectuais
imperdoáveis), sem mencionar a confessa dificuldade em soletrar a palavra
“conspurcar”, não impediram Tarit de acumular glórias acadêmicas e sapatos de
carmesim, paramentados com laços de cetim super-fashion. Sendo o criador do “charlatanismo
hiperbólico paradoxal” (método que consiste em fingir-se de charlatão – algo paradoxal
por si só- para subtrair víveres dos incautos), conheceu personalidades de
inconteste envergadura. Frequentava baladas com Jack London, Hermann Hesse,
Wilde, Borges, Ortega y Gasset, Christopher Morley, William Golding, George Orwell, Konrad Adenauer,
Hawthorne, Melville, Paul Valery e Hemingway; bolinava Jane Austen em motéis
baratos de Carapicuíba, e iniciava prolixas conversas sobre o atomismo de
Heisenberg com o elenco da novela “Uga-uga” frente à Associação dos Amigos da
Vila Ipojuca, entre um gole e outro de Lipton Ice Tea sabor pêssego.
Angariou o título de “Personalidade mais polêmica do ano”,
superando a atriz Eva Tudor com adiposa vantagem, ao ser flagrado esfregando os
testículos num busto pétreo de Apolônio de Rodes, sobre uma pira funerária
hitita, nas cercanias de Chávin de Huántar. Filhadaputamente bêbado na ocasião,
usava o Manuscrito Voynich como ceroula e dizia ser um espião visigodo à
serviço da fábrica de biscoitos Nabisco. De nada adiantou os dirigentes da
fábrica de biscoitos corroborarem sua história frente às autoridades.
Sob cárcere em Osasco, foi humilhado pelos demais detentos.
Seu colega de cela, Gilço, um ex-servente de pedreiro alagoano de buço
saliente, condenado pelo espancamento de uma idosa com uma caixa de Chickenitos
em pleno Jumbo Eletro da Rua Quintino Bocaiúva, e que há pouco ainda fazia
“bicos” como exegeta em duas universidades de Dusseldorf, recusou-se
veementemente a cumprir pena ao lado de alguém que dava claros indícios de
nunca ter lido “A luta pelo direito”, de Rudolf Von Ihering. Aliás, o fato de
Tarit, nosso herói, desconhecer completamente as obras de Ihering, Thomas
Paine, Demóstenes, Olavão, Huberto Rohden, e principalmente as de Henry David
Toreau, sempre lhe conturbou a vida deveras, sobretudo durante suas longas
estadas no Brasil – o que justifica o flashback abaixo.
Na juventude, apaixonou-se por Lindalva, uma lavadeira
piauiense. O pai da moça, um roceiro “cabra-macho” chamado Erisvalçom que, com
emplastos canforados colados na tez, não via o namorico com bons olhos. Sabia
que sua amada filha não estava inoculada contra o veneno das línguas alheias -
e não tardou para que tal veneno fosse destilado. E do outro também.
No coreto da cidadezinha, lavadeiras, roceiros e posseiros
encontravam-se nos fins de tarde para caçoar de Lindalva:
-“Lá vai a filha do
Erisvalçom atrás daquele turco! Me disseram que a única sinfonia de Liszt que
ele conhece é a Hungarian Rhapsody!”
-“Eta nóis! Lá vai a
Lindalva! Aposto que vai ficar de libertinagem com aquele turco que acha o Victor
Hugo melhor que o Marcel Proust...! Ah, se fosse filha minha, matava de pancada...”.
Mais
sufocante que a seca, só o pedantismo do sertão piauiense. Ameaçado de morte
pelo patriarca de sua amada, fugiu do sertão de patinete, na calada da noite. Anos
mais tarde, soube que Lindalva casou-se com um próspero empresário, versado na
fabricação de objetos randômicos (quase sempre feitos em prata coloidal) para
distribuição arbitrária em escala global. O casal mora em Ohio e, graças à
Black and Decker, passa bem.
Aos cinqüenta anos, Tarit sentiu o súbito debilitar da
saúde, quando se viu regurgitando alimentos que jamais ingerira ou ingeriria,
já que era alérgico a eles. Breve, tornou-se assinante da revista “Males”, ignorando que “males” é a
palavra anglo-saxônica para “machos”. Caiu de imediato nas graças da comunidade
LGBT.
Agora, no fim da vida, recluso, endividado e senil (“mais ou menos péssimo”, de acordo com os
médicos), cercado por travestis hirsutos de língua presa, incapaz de perceber a
semelhança física entre o ator Joe Pesci e o cantor Solimões, mascando tabaco
panamenho de forma quase “badass”, Tarit, inconformado por protagonizar um post
nonsense, sufocava com o odor pútrido dos cadáveres dos peregrinos que haviam
vindo visitá-lo. Ou talvez tudo isso seja apenas mais uma demonstração prática
de seu charlatanismo hiperbólico paradoxal, como sugeriu recentemente certo
historiador catalão, enquanto deglutia pequenos cubos de queijo emental ao
volante de uma Kombi em chamas...
Status – Unmotivated, tired ‘n studying. In need of
$. Away for some ages.
Recomendado – O livro “A escada para o céu” (Zecharia Sitchin). Segunda parte da
fascinante saga literária “Crônicas da Terra”.
Recomendado – O
livro “O livro perdido de Enki” (Zecharia
Sitchin). Terceira parte da fascinante saga literária “Crônicas da Terra”.
Recomendado – O
livro “A história está errada” (Erich
Von Daniken).
Recomendado – O
livro “A odisséia dos deuses” (Erich
Von Daniken).
Recomendado – O
livro “O chamado de Cthulhu e outros contos” (H.P Lovecraft). For me, cooler and better writer than Poe.
Recomendado – O
livro “O imbecil coletivo – Atualidades inculturais brasileiras” (Olavo de Carvalho, para este, o maior
brasileiro de todos os tempos). Obra que conclui a trilogia homônima (e
indispensável).
Escutando – Yup;
time 4 another heavy mix:
New
clip:
https://www.youtube.com/watch?v=XY-4gZ-igCk
New clip/single:
https://www.youtube.com/watch?v=zZ9FciUx6gs
Huge fan of
these guys, since 2002. One of my favorite classics:
https://www.youtube.com/watch?v=DZUN6-JwwMA
A Motley
anthem (live, from “Carnival of sins” DVD):
https://www.youtube.com/watch?v=wXy7Sl_T5mU
…and one
amazing ballad from the immortal king of blues (and, in my humble opinion, the
greatest black artist of all time):
https://www.youtube.com/watch?v=4fk2prKnYnI