"O mais longo dos dias" - A book review (Created and written By Nizi Silveira).
Sou fascinado por tudo o que é relacionado à Segunda Guerra Mundial, desde os 16 anos. Já li muito sobre o assunto, surpreendi-me com inúmeras superproduções cinematográficas e diversos documentários, bem como prestigiei as diversas franquias de jogos eletrônicos (*imperdíveis, por serem extremamente realistas) que fizeram da última guerra mundial um gênero adicional do entretenimento virtual (<- rimou!). Cito as franquias “Call of duty”, “Battlefield”, “Medal of Honor”, “Brothers in Arms”, “Wolfenstein”...
Com o passar dos anos desvencilhei-me da ingênua concepção que possuía acerca do maior conflito da história contemporânea. Não foi apenas um embate entre “mocinhos” (entenda-se: as nações democráticas) e seus (despóticos) antagonistas (os países do eixo). Foi, antes de tudo, uma demonstração do poderio das circunstâncias adversas, e dos caminhos aos quais estas podem conduzir. E não é necessário que a jornada seja longa para que o ser humano passe a encarar a virtude como um pesado fardo; às vezes, a mera necessidade de uma jornada é suficiente.
A derrota alemã em 1918, a astronômica dívida herdada, as diversas restrições impostas, a fome e o desemprego; conjuntura calamitosa que possibilitou a ascensão de um partido, de um líder, e da execrável ideologia a qual personificava – uma ideologia que não tardaria em transformar oprimidos em opressores. E, como o orgulho sempre foi o pior defeito dos pouco abastados, o imenso aparato publicitário do nacional-socialismo logo se encarregou de realçar, intensificar este orgulho a ponto de fazê-lo erigir Auschwitz, Treblinka, Majdanek, Buchenwald, Bergen-belsen, e mais de dez mil (repito: dez mil) outros abatedouros, onde os “indesejáveis” encontravam seu fim. Uma indústria da morte que constrangeria o próprio Satanás por sua eficácia e versatilidade, financiada por nomes como Bayer, Tyssenkrupp, Porsche, Bosch...
E, enquanto o orgulho predominava entre os emergentes de Hitler, o descaso e a hipocrisia predominavam entre os dirigentes dos países que viriam a constituir as forças aliadas. Tendo o Führer como uma valiosa barreira contra a expansão comunista, ignoravam seus freqüentes e coléricos discursos anti-semitas - para deleite de Heinrich Himler e a temível e inexorável SS, que, sob sua égide, fez, posteriormente, o veneno das palavras convergir-se em Zyklon-B, mediante a Ata de Wannsee.
Não foram poucas as concessões a estes representantes da raça superior, enquanto os retalhos do Tratado de Versalhes ardiam em alguma lareira...
Em sumo, Adolf Hitler prostrou o mundo livre. Um ventríloquo exasperado, com um imenso séquito de marionetes, exibindo-se despudoradamente a uma platéia letárgica. As vaias que merecia não foram ouvidas; o vácuo logo seria preenchido por gritos de dor e lágrimas de sofrimento, enquanto da Europa fazia o seu teatro, a sua fortaleza. E foi tão-somente a aura sobre-humana, mítica, que adquirira perante seus incontáveis (e fanáticos) prosélitos que abreviou drasticamente aquele que seria o Reich de mil anos, porquanto foi graças a ela que Hitler tornou-se demasiadamente autoconfiante, megalomaníaco, incauto, e, por fim, suicida.
“O mais longo dos dias”, do correspondente de guerra Cornelius Ryan, publicado em 1962, aborda “o início do fim”, (*contesto; para este que vos escreve, o “início do fim” deu-se com a ruptura do pacto Germano-Soviético, em 41, culminando na desastrosa Operação Barbarossa) com o desembarque maciço de soldados americanos, britânicos e canadenses nas praias da Normandia (a maior mobilização de forças militares da história), na aurora do dia 6 de junho de 1944, data imortalizada como “O Dia D”. (-Só eu fiquei com vontade de jogar “Medal of Honor” agora?)
Em 365 páginas, a obra apresenta uma narrativa concisa, corroborada por relatos de alguns dos sobreviventes da árdua Operação Overlord. A apreensão de Eisenhower, seu idealizador, e a incredulidade do probo Erwin Rommel, a “raposa do deserto”, mais uma vez acuada por uma muralha burocrática (característica dos regimes despóticos) que o impossibilita de requisitar reforços. A agonia dos jovens pára-quedistas que saltaram de seus frágeis planadores na total penumbra, e que, ao tocar o solo, não-raro viam-se dispersos e perdidos atrás das linhas inimigas, sujeitos a toda sorte de insídia. Os ainda menos afortunados morreriam afogados em algum dos pântanos artificiais de Rommel, ou seriam abatidos em pleno ar pelo fogo das baterias antiaéreas. A ferrenha resistência inicial encontrada pelas lanchas de desembarque, que despedaçava os corpos de seus tripulantes, lançando-os nas profundezas do oceano, ou fazia-os se arrastarem pela areia, desmembrados, inúteis e indefesos.
Tamanha é a capacidade que a barbárie possui de tornar-se lugar-comum se habilmente diluída em determinadas ideologias – já estas, se propaladas incansavelmente nas horas de fome, sede e insônia, tornam-se as mais palatáveis e revigorantes das soluções. Pois em “O mais longo dos dias” (Cornelius Ryan) vemos os efeitos da indigestão. Uma indigestão de proporções gigantescas, que subjugou o mundo, vitimando milhões, e que gerou uma profunda chaga nos Anais da história humana...
RECOMENDADO.
Status – Bilhões de coisas para fazer (please, kill me). Sem nada para ler (snif). Ausente por uns tempos (as usual). Ah: Ontem revi Aline Hauk (que só pode ser filha do meu amigo Ashtar Sheran, pois acho difícil acreditar que um ser humano, um terráqueo, seja capaz de conceber um ser tão inacreditavelmente belo) pairando sobre os corredores da facool (pois o chão lhe é indigno). Queria ser lindo e inteligente (e interessante, consequentemente) como o comediante Carlinhos (partidaço). E ter menos sarcasmo, se possível.
Recomendado – O livro “Um estudo em vermelho” (Sir Arthur Connan Doyle); primeira investigação de Sherlock Holmes, marco na literatura mundial. Quer mais?
Recomendado – A primeira temporada de “Game of Thrones”, superprodução da HBO que superou minhas expectativas. Trama envolvente, excelentes atuações.
Recomendado – Funny stuff; “Cêis sabe o que Kinérquêtchê”?
http://www.youtube.com/watch?v=y0cr4CkDM0k
Recomendado – Para encher lingüiça, 2 great tributes for 2 great heroes. Inclusive, o primeiro deles tem como trilha sonora uma versão sensacional para um de meus clássicos favoritos:
http://www.youtube.com/watch?v=1bqh0C1jrFg
http://www.youtube.com/watch?annotation_id=annotation_270849&feature=iv&src_vid=1bqh0C1jrFg&v=DdyDwNwQcUY
...now, the greatest match ever, on the good/ol playstation 2. “Go daddy, GO!” (hehe – dedicated 2 my friend Kátia. She loves HBK's dirty-dancing):
http://www.youtube.com/watch?v=_LlmctAsnKs
Recomendado – Infelizmente, o vídeo do objeto voador não-identificado filmado na cidade mineira de Três pontas era apenas um balão de festa. “Suspeitei desde o princípio”, diz uma voz em minha cabeça. Então, para compensar a frustração, posto abaixo uma inacreditável filmagem feita no México em 2004, que, desde então, já foi minuciosamente analisada (a pedido do próprio governo mexicano) por diversos especialistas ao redor do mundo, permanecendo inexplicável:
http://www.youtube.com/watch?v=s4KMhlQ6qdk
Escutando – Yeah, yeah... a mix!
New vid, new single from the living-legends of southern-rock:
http://www.youtube.com/watch?v=e7mShU3-Qn0
Cool song:
http://www.youtube.com/watch?v=gRB5ybXVJs4
A má notícia: o novo cd foi adiado para outubro... Segue, portanto, um de meus hinos favoritos, ao vivo em 2007, diretamente de um de meus DVDs favoritos:
http://www.youtube.com/watch?v=X-_Yv73IUME
...e concluindo com baladinhas:
A (interminável) turnê de despedida desta lenda do hard-rock chega a São Paulo hoje (com direito a show extra na sexta-feira). Segue, portanto, a baladinha mais manjada de sua longeva (e bem-sucedida) carreira. Geoffrey Rush nos vocais (rs):
http://www.youtube.com/watch?v=n4RjJKxsamQ
Esta, foi postada aqui há um bom tempo. Bem, bateu saudade; such a great song:
http://www.youtube.com/watch?v=WC6Lz0TKXQo
PS – Momento nostalgia: fique agora com o Dia-D recriado fielmente no clássico “Medal of Honor Frontline”, on the good’ol Playstation 2:
http://www.youtube.com/watch?v=ewrc20EtpHM
PS – Se bom-senso se aprende em casa, por favor, sintam-se em casa (By N.S).
PS – Fato: Mais difícil que achar Tom Cavalcante engraçado é achar graça em um de seus subalternos – igualmente árduo é encontrar o pescoço de um deles... Levando minha sinceridade ao ápice, digo que já me era difícil achar o Chico Anysio engraçado... Pronto, falei.
PS – O que as mulheres da minha família estão esperando para engravidar de algum gordão burro, sem graça, sem talento e sem pescoço, que morava na rua, e se engraçava com as “estrelas” da franquia “Brasileirinhas”? Não foi para isso que vocês estudaram? <- eis o que eu perguntaria, caso não tivesse preconceito, e caso este não estivesse profundamente atrelado à prudência e ao bom-senso.